Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em queda pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira (14) retornando ao patamar de R$ 2,62 em meio à perspectiva de enfraquecimento da economia global e a queda do preço do petróleo, que reforçam a visão de que os bancos centrais podem ter de manter por mais tempo suas políticas acomodatícias, o que levou ao enfraquecimento do dólar frente às principais divisas.
Ao término da sessão, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 2,6213 na venda, baixa de 0,6%. Trata-se da menor cotação desde 10 de dezembro, quando a divisa terminou o dia cotada a R$ 2,6125 na venda. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão.
Com o resultado de hoje, a moeda acumula queda de 0,67% na semana. No ano e no mês, a desvalorização é de 1,4%.
No mercado interno, a melhora da percepção dos investidores em relação ao Brasil, após as sinalizações de ajuste fiscal pela nova equipe econômica, ajudou a intensificar esse movimento, com o real fechando no maior patamar em um mês.
Números fracos sobre o varejo nos Estados Unidos reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, será “paciente” para elevar os juros. As vendas no varejo nos EUA recuaram 0,9% em dezembro, contra expectativas de queda de 0,1%. Após a divulgação do indicador, o dólar ampliou a queda frente ao euro.
A manutenção dos juros norte-americanos nos atuais patamares, quase zerados, manteria a atratividade de ativos que pagam juros maiores, como os brasileiros.
Pesquisa da Reuters realizada na semana passada, após a divulgação de dados mistos sobre o mercado de trabalho do país, mostrou que economistas dos maiores bancos de Wall Street mantinham a visão de que o Fed elevará os juros em junho próximo.
As preocupações com a economia global foram renovadas após o Banco Mundial reduzir suas estimativas de crescimento para este ano e o próximo, o que levou os preços do petróleo a cair mais de 1%, em uma sessão volátil, com a commodity entrando em campo positivo no fim da tarde.
A queda do petróleo, sintoma de excesso de oferta e demanda fraca, vem deixando investidores avessos a ativos que oferecem maior risco.
No Brasil, a sinalização de ajuste da política fiscal por parte da nova equipe econômica tem agradado o mercado e ajudou a reduzir a pressão sobre o câmbio. Apesar disso, Paulo Gala, estrategista da Fator Corretora, disse à Agência Valor Online que ainda não vê um aumento significativo do fluxo de investimento para o Brasil.
Números divulgados hoje pelo Banco Central mostraram que as saídas de recursos superaram as entradas em US$ 1,318 bilhão na semana passada. No ano, até 9 de janeiro, o fluxo cambial está negativo em US$ 2,405 bilhões, ante uma saída líquida de US$ 861 milhões no mesmo período do ano passado.
Intervenções do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central continuou com suas intervenções diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 1,25 mil contratos para 1º de setembro e 750 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,6 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a US$ 10,405 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 42% do lote total.
De acordo com o Valor Online, o Banco Central teve um prejuízo contábil de US$ 17,329 bilhões com a venda de swaps cambiais em 2014, referente ao ajuste de posições na BM&F. Esse resultado é contábil uma vez que esses contratos estão sendo rolados pelo BC.
Com isso, a autoridade monetária acumula um estoque de US$ 110,161 bilhões nesses instrumentos cambiais e anunciou a renovação do programa de intervenção até 31 de março.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
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