A diplomacia de Japão e da Coreia do Norte está negociando a realização de uma reunião entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que poderia acontecer em agosto ou setembro, informou nesta quinta-feira (14) a imprensa japonesa.
Segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal ‘Yomiuri’, autoridades dos dois países conversaram várias vezes nos últimos meses para negociar o encontro, que poderia ocorrer em Pyongyang em agosto ou durante um fórum internacional.
Já o jornal ‘The Japan Times’ aponta o Fórum Econômico Oriental, que acontecerá em Vladivostok na Rússia, em setembro, como o local mais provável para o encontro. O líder norte-coreano foi convidado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para viajar ao país nos dias do fórum. No entanto, em entrevista coletiva, o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, disse que nada ainda foi confirmado.
O primeiro-ministro japonês declarou que está “decidido” que o Japão se reúna “diretamente” com a Coreia do Norte para resolver seus conflitos. As declarações surgiram depois da histórica cúpula em Singapura entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que transferiu ao líder norte-coreano algumas das preocupações de Tóquio.
A Coreia do Norte e o Japão possuem uma ampla lista de atritos. O principal deles refere-se ao potencial já evidenciado pela Coreia do Norte de bombardear o território japonês com mísseis de curto e médio alcances. Outra questão sensível para Tóquio é o sequestro de cidadãos japoneses por agentes de Pyongyang nos anos 1970 e 1980.
Embora o regime norte-coreano tenha repatriado alguns dos 17 sequestrados listados por Tóquio e admitido a morte de ao menos oito, Pyongyang nega que este tenha sido o número total. Organizações japonesas mencionam ter havido centenas de sequestros.
“Aproveitando a oportunidade da cúpula dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, o Japão está determinado a enfrentar diretamente a Coreia do Norte e resolver o problema”, disse Abe durante uma reunião em seu escritório com um grupo representando as famílias dos raptados, na terça-feira (12).
Por sua vez, Kim Jong-un afirmou logo após a cúpula com Trump que está aberto para diálogos com o Japão.
O último encontro entre os dois países foi em 2004, quando o então primeiro-ministro Junichiro Koizumi e Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, discutiram a repatriação dos sequestrados.
*Texto extraído de matéria publicada pela revista VEJA.com.
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