Economia do Japão cai mais que o esperado no 3º trimestre fiscal de 2015

Trata-se da terceira queda trimestral seguida, o que representa mais um revés para a política econômica do governo de Shinzo Abe.
Shinzo Abe Imagem Reproducao NHK 900x600 15 02 2015
Reprodução/NHK

A economia japonesa recuou mais que o esperado no trimestre de outubro a dezembro de 2015, indicou nesta segunda-feira (15) o governo do país em um relatório preliminar, o que representa mais um revés para o novo programa econômico do primeiro-ministro Shinzo Abe.

Os dados preliminares divulgados hoje pelo Escritório do Gabinete do Governo Japonês mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão contraiu 1,4% no terceiro trimestre fiscal de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, resultado que contraria  a estimativa de mercado, que projeta retração mediana de 1,2%.

No Japão, o terceiro trimestre equivale aos meses de outubro a dezembro, isso porque o ano fiscal japonês começa em março e termina em abril, portanto, o exercício de 2015 se encerrará ao fim de março de 2016.

Trata-se do segundo trimestre consecutivo de retração, refletindo a queda nos gastos dos consumidores e nas exportações. A economia japonesa já havia recuado 0,8% no segundo trimestre fiscal de 2015, frente ao mesmo período de 2014, e 0,7% no trimestre de abril a maio.

O Produto Interno Bruto (PIB) real (descontada a inflação) do Japão contraiu 0,4% no trimestre outubro-dezembro em relação ao trimestre anterior, atingido pela retração no consumo das famílias, sobretudo. Com esse resultado, em uma base anualizada, o PIB recuou 1,4%.

Os dados ressaltam os desafios que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, continuará enfrentando para fazer o país voltar a crescer, já que as exportações para os mercados emergentes não conseguem ganhar impulso suficiente que compensem a fraca demanda doméstica.

“O consumo privado está especialmente fraco. A economia está em um impasse”, disse Junko Nishioka, economista-chefe da Sumitomo Mitsui Banking.

“É uma questão de tempo antes que o BoJ [Banco do Japão] e o governo vai tomar medidas adicionais de estímulo”, afirmou e executiva, prevendo que o Banco Central do país vai aliviar a política novamente já no próximo mês.

Com suas políticas de estímulo à economia, que deram a grandes fabricantes lucros excepcionais, Abe tinha a esperança de gerar um ciclo positivo no qual as empresas aumentassem os salários dos funcionários, o que ajudaria a aumentar as despesas das famílias.

Pelo contrário, os dados mostraram que o consumo privado, que representa 60% do PIB japonês, caiu 0,8% – resultado pior que as previsões do mercado, de um declínio de 0,6%.

(Com informações da Agência Kyodo e do Jornal Valor Econômico)

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