O ministro porta-voz e chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, criticou duramente a decisão da Coreia do Norte em cessar com a investigação sobre os cidadãos japoneses sequestrados.
Suga falou à imprensa nesta segunda-feira (15), três dias depois de a Coreia do Norte anunciar que dissolveu o comitê encarregado de investigar os sequestros de cidadãos japoneses pelo regime comunista, alegando que o ato foi em resposta à decisão do governo do Japão de ampliar as sanções contra o país por seu recente lançamento de um projétil de longo alcance.
Suga caracterizou a decisão de Pyongyang como “extremamente lamentável e totalmente inaceitável”, afirmando que a mesma viola um acordo bilateral firmado em Estocolmo, em 2014.
O ministro informou ainda que o Japão registrou um forte protesto com a Coreia do Norte, no qual “exige” que Pyongyang devolva ao Japão todos os sequestrados o mais cedo possível, com base em um acordo bilateral firmado em Estocolmo em 2014.
Suga disse que os casos de sequestros são extremamente importantes para a administração do primeiro-ministro Shinzo Abe. Acrescentou que o governo vai pressionar a Coreia do Norte para resolver esta questão com base nos princípios de “diálogo e pressão” (…) e “ação por ação”.
Em 2014, Pyongyang aceitou iniciar uma investigação sobre os cidadãos que foram sequestrados pelo regime norte-coreano nos anos 1970 e 1980 em troca da retirada de parte das sanções unilaterais que o Japão mantinha sobre o país.
No entanto, o governo japonês decidiu reativar essas sanções esta semana em resposta aos recentes testes armamentistas norte-coreanos. O regime liderado por Kim Jong-un realizou seu quarto teste nuclear no dia 6 de janeiro e lançou no último domingo um satélite ao espaço, algo que a comunidade internacional considera um teste de mísseis encoberto.
Em um comunicado da agência estatal “KCNA”, o regime norte-coreano tachou a reativação das sanções por parte do Japão de “provocação” e prometeu, em tom ameaçador, “represálias mais duras” para Tóquio no futuro.
Apesar de ter formado o comitê há quase dois anos, a Coreia do Norte não tinha apresentado até agora nenhum tipo de informação consistente relacionada com o paradeiro dos japoneses capturados pelo regime comunista.
O Japão afirma que pelo menos 17 japoneses foram sequestrados entre 1977 e 1983 pela Coreia do Norte para que pudesse roubar suas identidades e para que os mesmos ensinassem a cultura e o idioma japonês a espiões norte-coreanos.
Em 2002, Pyongyang reconheceu alguns dos sequestros e devolveu cinco pessoas ao Japão. No entanto, o regime comunista alegou que os outros 12 restantes tinham morrido ou nunca estiveram em solo norte-coreano, um relato carregado de inconsistências que o Executivo japonês não considera crível.
A resolução dos sequestros é o principal empecilho para que Tóquio e Pyongyang, que não mantêm laços diplomáticos, possam normalizar suas relações.
Fontes: Agência EFE | NHK News.
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