Atualizado em 02/06/2018
Um estudo da Associação Japonesa de Planejamento Familiar (JFPA) revelou que quase metade dos homens e mulheres casados não faz sexo há mais de um mês, um padrão que os casais afirmam não pretender mudar, apontando longas jornadas de trabalho como principal motivo.
O estudo foi baseado numa pesquisa realizada no final de 2016 e envolveu 3.000 pessoas com idade entre 16 e 49 anos. Deste total, 655 homens e mulheres casados, sendo que 47,2% responderam que não tiveram relações sexuais no último mês.
A JFPA define esse padrão como “casamento sem sexo” e explica que o nível encontrado em 2016 é o mais alto desde que iniciou a pesquisa, em 2004. A maior taxa de casamentos sem sexo na pesquisa de 2016 ficou faixa estaria entre 45 e 50 anos.
Os números representam um aumento de 2.6 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, realizada em 2014 (44,6%), e confirmam uma tendência que ameaça jogar por terra os esforços do Japão para aumentar a taxa de natalidade, um dos principais pilares do plano de governo do primeiro-ministro Shinzo Abe.
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Mais de 35% dos homens casados entrevistados afirmaram que o trabalho os deixa “cansados demais” para terem relações sexuais com a esposa. Na pesquisa anterior, esse número situou-se em 21,3%
Entre as mulheres, os motivos mais frequentes do desinteresse pelo sexo é o “aborrecimento”, classificando como “problemático” (22%), e o cansaço pós-trabalho (16%).
Em relação aos solteiros, a pesquisa constatou que 47,9% dos homens e 52,9 das mulheres com idade entre 18 e 24 anos jamais tiveram relações sexuais.
Os resultados do estudo comprometem ainda mais a já baixa taxa de natalidade no Japão, atualmente de 1,4%, e a evolução demográfica de uma das populações mais envelhecidas do mundo.
Essa tendência pode ser observada em uma pesquisa conduzida pelo National Institute of Population and Social Security Research (IPSS), principal órgão japonês de investigação nacional. Realizada a cada cinco anos, sendo a última divulgada no ano passado, a pesquisa já havia mostrado um crescimento desenfreado na proporção de virgens no Japão, país onde a população sofreu descenso de mais de 1 milhão nos últimos seis anos, 42% dos homens e 44,2% das mulheres com idade entre 18 e 34 anos nunca tiveram experiência sexual, ou seja, ainda eram “virgens”.
Queda populacional
O mais recente estudo compilado pelo Instituto Nacional de População e Pesquisa sobre Previdência Social projetou que a população japonesa caiará 16% até 2040, enquanto que em 2048 esse número despencará para menos de 100 milhões de pessoas, frente a um pico de 128 milhões registrados em 2008.
O problema tem levado o governo de Abe a aplicar medidas ousadas, incluindo redução de impostos e benefícios para casais com filho, o que é acrescido por cada criança nascida.
Fontes: Agência Kyodo | Jornal The Asahi Shimbun.
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