Dólar retoma força no final do dia, mas encerra a semana abaixo de R$ 3

Apesar de terminar a semana em alta de 0,49%, o dólar acumula queda de 0,5% em maio.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar subiu levemente sobre o real nesta sexta-feira (15), retomando fôlego no final do dia após operar em baixa boa parte do pregão, influenciado por mais um dia de indicadores econômicos fracos dos Estados Unidos e por cautela em relação às atuações do Banco Central do Brasil no câmbio.

A moeda norte-americana encerrou o dia em leve alta de 0,18%, cotada a R$ 2,9981 na venda, após cair mais de 1,5% na véspera. O dólar chegou a R$ 2,9705 na mínima do dia e, na máxima, a R$ 3,0155. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão contra cerca de US$ 1,2 bilhão observados na sessão anterior.

Apesar de terminar a semana em alta de 0,49%, o dólar acumula queda de 0,5% em maio. No ano, porém, há valorização de 12,77%.

A moeda norte-americana passou a maior parte da sessão em queda. No fim do dia, no entanto, investidores aproveitaram a baixa e voltaram às compras.

“O dólar ficou barato, e o mercado pode ter percebido que vendeu muito mais do que deveria, por isso teve que recomprar no fim do dia. Algumas operações pontuais de compra podem ter dado força à cotação antes do fechamento”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.

A queda do dólar durante boa parte do dia refletiu o desempenho da indústria americana, que se deteriorou pelo quinto mês consecutivo, alimentando expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) possa postergar o aumento no juro básico do país.

A produção industrial norte-americana caiu 0,3% em abril, contrariando as previsões de mercado, que esperavam estabilidade ou leve aumento de 0,1%. Além, disso, a confiança do consumidor inesperadamente recuou no período. Os dados somam-se a uma série de números decepcionantes sobre atividade e inflação nos EUA divulgados nas últimas sessões.

Esta série de indicadores americanos menos otimistas podem fazer com que o Fed demore para subir os juros nos EUA, que se encontram perto de zero desde 2008, entre 0% e 0,25%.

Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA – que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco – mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias.

O economista da empresa de análise financeira 4Cast Pedro Tuesta acredita que a trajetória do dólar no mercado brasileiro dependerá dos dados norte-americanos da semana que vem. No entanto, operadores olhavam com ceticismo a possibilidade de o dólar assentar-se abaixo de R$ 3.

A percepção é de que cotações abaixo desse nível poderiam abrir espaço para o Banco Central do Brasil diminuir a rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Além disso, alguns investidores acreditam que o BC olha com bons olhos a possibilidade de um impacto benéfico da alta do dólar sobre a balança comercial.

“Esse fluxo positivo, se persistir por mais algum tempo, pode levar o BC a aproveitar a oportunidade e reduzir ainda mais a rolagem de swap cambial”, escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes. “Essa atitude poderá ser interpretada como tentativa do BC de manter o câmbio acima de R$ 3”.

Leilões de contratos de dólar do BC
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 8.100 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) no leilão de rolagem que vencem em junho. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 3,938 bilhões, ou cerca de 41% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

(Com informações da Agências Reuters e da Folha de S.Paulo)

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