Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar avançou nesta terça-feira (15) frente ao real após dois pregões consecutivos de queda, acompanhando o movimento no exterior, influenciado pelo discurso da presidente do Federal Reserve (Fed,o banco central dos EUA) Janet Yellen, no Congresso, que mostrou um tom mais otimista com relação à recuperação da economia americana.
O dólar comercial encerrou o dia com valorização de 0,43%, cotado a R$ 2,2211 para a venda. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi alto, em torno de US$ 2,5 bilhões, acima da média diária do mês passado, de US$ 1,3 bilhão.
Com o resultado de hoje, o dólar acumula alta de 0,5% em julho. No ano, porém, há desvalorização de 5,76%.
O resultado desta terça acompanhou a alta do dólar no exterior, após Yellen afirmar que muitos indicadores da economia norte-americana estão mais positivos. A presidente disse que o aumento dos juros poderia ocorrer antes do que o esperado pelos investidores, mas isso vai acontecer se o mercado de trabalho continuar melhorando mais rápido do que o previsto pelo Fed.
O BC dos EUA vem reduzindo seu pacote de estímulos econômicos progressivamente desde dezembro do ano passado. A recompra mensal de títulos da dívida diminuiu, desde então, dos US$ 85 bilhões mensais iniciais para US$ 35 bilhões após a a última reunião.
A principal expectativa do mercado é quando o Fed deve começar a subir a taxa de juros no país. A alta dos juros lá preocupa investidores brasileiros, pois isso poderia atrair para os EUA, onde os negócios são considerados mais seguros, recursos atualmente investidores em países emergentes, como é o caso do Brasil.
No mercado local, os investidores aguardam a divulgação das pesquisas eleitorais previstas para esta semana. “Talvez o mercado já tenha precificado em boa parte a chance de um segundo turno ou de mudança de governo. Sem algo novo nisso, a chance maior é de a volatilidade subir e puxar o dólar junto”, disse o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello, ao jornal financeiro ‘Valor Online’.
A definição das expectativas para a política monetária americana é crucial para a dinâmica dos fluxos em países emergentes, especialmente no Brasil, onde o aumento do déficit em conta corrente, que está em 3,61% do PIB no acumulado de 12 meses até maio, tem aumentado a dependência dos investimentos em portfólio para financiar o balanço de pagamentos.
Depois de um primeiro trimestre mais robusto, as entradas para renda fixa diminuíram nos meses seguintes, também pela percepção de que o Banco Central tenderá a manter os juros estáveis. Na quarta-feira, o BC anuncia a decisão sobre a taxa básica de juros. Os analistas esperam a manutenção da taxa Selic em 11%.
Atuações do Banco Central no câmbio
A constante atuação do BC segurou a volatilidade do câmbio dentro da banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25 que, aos olhos de boa parte do mercado, agradaria ao BC por evitar pressões inflacionárias e não prejudicar as exportações.
Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, como parte de sua atuação diária. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 2 de fevereiro e 500 para 1º de junho de 2015, com volume equivalente a US$ 198,5 milhões.
Em seguida, vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 30% do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.
As informações das cotações de fechamento são fornecidas pelo Portal Financeiro Investing.com Brasil.
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