Japão só aceitou 20 entre os quase 20 mil pedidos de asilo em 2017

Mesmo sofrendo forte escassez de mão de obra, Japão se mantém reticente à acolhida de estrangeiros.
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Setor de imigração no aeroporto de Narita | Foto: Toshiyuki Aizawa

O Japão aceitou apenas 20 refugiados de um novo recorde de solicitação de asilo ao país no ano de 2017. Os dados, obtidos e divulgados pelo The Guardian, reitera a relutância japonesa em acolher estrangeiros no país.

Segundo o documento divulgado nesta sexta-feira (16), 19.628 estrangeiros procuraram asilo no Japão em 2017. O número é quase o dobro do registrado em 2016, quando o país recebeu 10.901 solicitações de asilo e atendeu 28, ou seja, oito refugiados a mais que os 20 aceitos no ano passado.

O número baixo de aceitação por parte do governo japonês contrasta com os registros numéricos de países europeus, principalmente a Alemanha, que receberam centenas de milhares de refugiados vindos de zonas de guerra e fome.

Em janeiro deste ano, o governo japonês começou a limitar o visto de trabalho às pessoas que considera estarem genuinamente à procura de asilo.

De acordo com a agência de notícias Kyodo, a organização não-governamental Humans Rights Watch chama de “abissal” o recorde de pedidos de requerentes de asilo no Japão. A ONG insiste para que o país aceite mais refugiados e reforce as políticas de proteção dos trabalhadores migrantes.

Envelhecimento populacional
Somando cerca de 127 milhões de habitantes, o Japão registra há algumas décadas um envelhecimento de sua população e, consequentemente, enfrenta falta de mão de obra, pelo qual o primeiro-ministro Shinzo Abe anunciou reformas na legislação de imigração.

Ainda assim, Japão se mantém reticente à acolhida em massa de estrangeiros. Isso porque o país é notório pela xenofobia e onde menos de 2% da população é imigrante, somando cerca de 2,3 milhões, segundo dados da Agência de Imigração, órgão do Ministério da Justiça do país.

Falta de mão de obra no Japão cai ao pior nível em 25 anos
A falta de mão de obra no Japão atingiu o pior patamar em mais de um quarto de século, reflexo do envelhecimento populacional, baixíssima taxa de natalidade e redução maciça da população em idade apta ao trabalho, é o que revela a mais recente pesquisa Tankan, elaborada pelo Banco do Japão (BoJ, o banco central japonês).

Do Mundo-Nipo
Fontes: The Guardian | Kyodo News.


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