O dólar avançou mais de 1% e fechou acima de R$ 3,90 nesta quarta-feira (16), diante de ampliadas preocupações com o cenário político e econômico no Brasil, em meio à possibilidade de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixar o governo e o rebaixamento da nota brasileira pela Fitch. Além disso, os investidores mantiveram cautela intensificada pela aguardada reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), na qual o Fed sinaliza a esperada alta dos juros na maior economia mundial.
A moeda norte-americana saltou 1,24%, cotada a R4 3,9247 na venda. É a primeira vez que o dólar encerra acima de R$ 3,90 desde 28 de outubro, quando terminou a R$ 3,9201.
Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 1,31% e 47,62%, respectivamente. No ano, há valorização de 47,62%.
No momento do fechamento do mercado à vista, o Federal Reserve elevou a taxa de juros do país como era esperado. O dólar futuro ampliou ligeiramente a alta imediatamente após a decisão, para cerca de 1,5%, mas perdeu força em seguida, para cerca de 0,70% de valorização, conforme noticiou a agência de notícias Reuters.
O dólar já havia operado em alta firme desde o início da sessão, após o governo brasileiro abrir a possibilidade de zerar sua meta fiscal para o ano que vem apesar dos pedidos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e antes da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito de tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Levy já havia se manifestado abertamente muitas vezes contra a mudança da meta de superávit e até ameaçou, nos bastidores, deixar o cargo caso fosse alterada. O ministro vem encabeçando a campanha pela austeridade fiscal e investidores entendem sua eventual saída do governo como um sinal de mais atrasos no reequilíbrio das contas públicas.
No início da tarde, o dólar sofreu mais um baque após a Fitch cortar a nota de crédito do Brasil para “BB+”, contra “BBB-“, citando a recessão mais profunda do que o esperado, o quadro fiscal e a incerteza política. A Standard & Poor’s havia rebaixado o país para grau especulativo em setembro e, na semana passada, a Moody’s ameaçou fazer o mesmo em breve.
A Standard & Poor’s havia rebaixado o país para grau especulativo em setembro e, na semana passada, a Moody’s ameaçou fazer o mesmo em breve.
Muitos fundos são obrigados a vender seus ativos brasileiros quando pelo menos duas importantes agências retiram o grau de investimento do país. No entanto, operadores ressaltaram que a decisão já era esperada e parte relevante desse ajuste já havia sido feito no mercado.
Intervenção do Banco Central no câmbio
Pela manhã, o Banco Central deu sequência ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 6,565 bilhões, ou cerca de 61% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.
Fontes: Agência Reuters | UOL Economia.
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