Os gastos das famílias no Japão recuaram 2,7% em 2015 na comparação com o ano anterior, para 247,126 mil ienes (2,154 mil dólares) em termos reais ajustados aos preços, e segue um recuo de 3,2% em 2014, informou o Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações em seu relatório anual.
Divulgados na terça-feira (16), o levantamento de estatísticas do Ministério mostra que os gastos com alimentos recuaram 0,5%, enquanto as despesas com vestuários sofreram um forte declínio de 6,4%. Os gastos com bens móveis, por sua vez, caíram 4,6%.
Já a média mensal dos gastos por cada lar com dois ou mais ocupantes ficou em 287,373 mil ienes, queda de 1,3% em termos nominais e retração de 2,3% em termos reais na comparação com 2014.
A média anual de gastos com consumo mensal por domicílio ficou em 315,379 mil ienes, queda de 1,1% em termos nominais e declínio de 2,1% em termos reais em relação ao anos anterior.
Na mesma base de comparação, a média anual da renda mensal por família subiu para 525,669 mil ienes, alta de 1,1% em termos nominais e de 0,1% em termos reais, o que mostra desaceleração em relação ao ano anterior, quando o rendimento médio apresentou alta de 3,2%.
A estatística do governo ressalta a forte desaceleração na despesa dos lares, um indicador fundamental para avaliar a tendência do consumo privado, que representa cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão.
A estagnação do consumo doméstico continua a afetar o crescimento da economia japonesa, com o PIB japonês apresentando um recuou maior que o esperado no trimestre de outubro a dezembro de 2015, afetado pela queda das exportações e pelos salários defasados dos trabalhadores, que têm minado o poder de compra dos japoneses e, consequentemente, puxado para baixo os gastos dos consumidores.
Dados separados do Ministério do Trabalho mostraram que os salários traçaram um declínio de 0,9% em 2015 na comparação com 2014.
Os indicadores ruins ressaltam os desafios que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, continuará enfrentando para fazer o país voltar a crescer, já que as exportações para os mercados emergentes não conseguem ganhar impulso suficiente que compensem a fraca demanda doméstica.
*A tabela com os dados completos sobres gastos das famílias pode ser conferida no site do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações (em inglês).
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