Um grupo de pesquisadores formado pelo governo do Japão revisou seu método de avaliação de riscos de falhas geológicas ativas país, criando assim um novo sistema, mais eficaz, para avaliar o perigo que essas falhas representam, bem como o risco de causarem terremotos de grande intensidade, como os que ocorreram no sul do país em abril deste ano.
Especialistas haviam criticado o método usado até então, afirmando que não determinava adequadamente os riscos em sua avaliação de longo prazo em uma área de falha geológica.
O novo sistema, no entanto, estabelece escalas em quatro categorias de falhas (S, A, Z e X) em função da probabilidade de causar um terremoto.
A categoria “S” designará falhas que tenham uma alta probabilidade (de mais de 3%) de desencadear um terremoto maior em um período de 30 anos. As falhas na categoria “A” serão aquelas com probabilidade de sismos entre 0,1% e 3%, enquanto as falhas classificadas na categoria “Z” serão aquelas com risco inferior a 0,1%.
Por sua vez, as falhas catalogadas com categoria “X” serão aquelas nas quais não se avalia uma possibilidade clara, embora não se descarte que possam causar sacudidas em um futuro próximo.
O desenvolvimento do sistema acontece após críticas geradas por causa dos terremotos em Kumamoto em abril passado. Especialistas apontaram que o grupo do governo, que publicou anteriormente informação sobre 97 falhas ativas de importância, não avaliou adequadamente o risco no sistema que teria causado os tremores na primavera.
Um terremoto de 6,5 e outro de 7,3 graus de magnitude na escala aberta de Richter sacudiram as cidades de Kumamoto e Oita, no sudoeste do arquipélago japonês, nos dias 14 e 16 de abril, respectivamente, deixando 50 mortos diretos e mais de 20 posteriormente, além de numerosos danos materiais em prédios e infraestruturas básicas.
Os dois fortes terremotos provocaram ainda milhares de tremores secundários que perdurou por mais de dois meses.
Segundo a avaliação anterior, a probabilidade de um terremoto dessa magnitude no sistema de falhas Futagawa, onde se teria originado o tremor original, era de entre 0% e 0,9%.
Aplicando o novo sistema, em torno de um terço das falhas alcançariam a categoria “S”.
O grupo governamental se reunirá na próxima sexta-feira para fazer os últimos ajustes no novo sistema.
Fontes: Agência EFE | NHK News Japan.
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