Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar disparou nesta quarta-feira (17), fechando em alta de mais de 1% após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, renovar a promessa de manter os juros perto de zero no “horizonte relevante”.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 1,25%, cotada a US$ 2,3576 para a venda. É o maior valor de fechamento desde 13 de março, quando a moeda norte-americana valia R$ 2,362.
Com o resultado de hoje, o dólar zerou as perdas que tinha acumulado ao longo do ano. No acumulado da semana, moeda registra valorização de 0,96%. No mês, a alta já atinge 5,3%.
Investidores analisaram a decisão de política econômica do Federal Reserve depois de uma reunião de dois dias. O BC dos EUA anunciou mais um corte de US$ 10 bilhões em seu programa de estímulos mensais à economia, e avaliou que a política de juros atual continua sendo apropriada no médio prazo após o fim do programa. O corte já era esperado.
A preocupação maior eram os juros, que estão próximos de zero. Quando eles começarem a subir, os investidores podem achar mais vantajoso aplicar seu dinheiro nos EUA, que têm uma economia forte e estável. Isso causaria a ‘migração’ de recursos que atualmente estão aplicados nos mercados emergentes, como é o caso do Brasil, de acordo com o UOL Economia.
“(O comunicado do Fed) teve um efeito marginal sobre os mercados, porque houve um ajuste nas projeções de juros. Mas de forma geral, o comunicado foi muito próximo do anterior e não trouxe surpresas”, afirmou à Reuters o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
O resultado de hoje também foi influenciado, segundo a Reuters, pela pesquisa Ibope divulgada na terça (16), que mostrou aumento na vantagem numérica de Marina Silva (PSB) contra Dilma Rousseff (PT) num esperado segundo turno das eleições presidenciais, enquanto o candidato do PSDB, Aécio Neves, ganhou fôlego na primeira rodada. A condução da política econômica do governo de Dilma tem sido alvo de críticas nos mercados financeiros.
Investidores também continuavam atentos à possibilidade de o Banco Central brasileiro aumentar sua atuação no câmbio. A pressão recente sobre a moeda norte-americana no Brasil alimentou expectativas de que o BC poderia elevar a intervenção no câmbio via leilões de swaps para rolagem.
Por enquanto, o BC continuou vendendo a oferta de até 6 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, para rolagem do lote de outubro. Ao todo, o BC já rolou cerca de 35% do lote total, que corresponde a US$ 6,677 bilhões.
O BC também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias. Foram vendidos 3 mil contratos para 1º de junho e 1 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a US$ 198,2 milhões5.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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