O dólar subiu mais de 1% nesta quinta-feira (18), voltando a fechar acima de R$ 4 após a agência Standard & Poor’s rebaixar, na véspera, a nota de crédito do Brasil, o que ampliou as incertezas no mercado local, onde os investidores se mantém apreensivos com a situação fiscal do Brasil e incertezas políticas.
A moeda norte-americana subiu 1,38%, cotada a R$ 4,049 na venda, após cair 1,88% na véspera, interrompendo uma sequência de seis altas seguidas frente ao real.
Na máxima da sessão, o dólar chegou a 4,0520 e, na mínima, foi a R$ 3,9743. Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 1,49% e 0,61%, respectivamente. No ano, há valorização de 2,56%.
A agência de classificação risco Standard & Poor’s, que já mantinha a nota de crédito do Brasil abaixo do grau de investimento, rebaixou ontem (17) o rating soberano de “BB+” para “BB”, mantendo a perspectiva negativa. Segundo a agência, os desafios econômicos e políticos do Brasil continuam consideráveis e agora a expectativa é de um processo de ajuste mais longo.
A última ação da S&P havia sido em setembro de 2015, quando a agência de classificação de risco cortou o grau de investimento Brasil. A Moody’s ainda é a única agência que mantém o rating do Brasil acima do grau de investimento, com perspectiva negativa.
A reação nos mercados na véspera foi limitada porque o país já era classificado como grau especulativo pela agência, mas alguns investidores usavam nesta sessão a notícia como gatilho para voltar a comprar dólares após a intensa queda vista na quarta-feira, destacou a agência de notícias ‘Reuters’.
Segundo o ‘Valor Online’, a ação da S&P reforça a ideia de que a correção da trajetória da dívida pública parece distante, aumentando a possibilidade de novos rebaixamentos.
Notícias no campo fiscal de que o governo pretende adotar uma banda para a meta fiscal, que permita entregar um déficit de até 0,5% do PIB neste ano, além da dificuldade para discutir reformas, como a da Previdência, reforçam esse perspectiva.
Nesse cenário, os investidores passam a cobrar um prêmio de risco maior para aplicar no país, aumentando a pressão para desvalorização da taxa de câmbio. “Já começamos a ver uma preocupação maior dos investidores estrangeiros em ficar aplicado em ativos locais”, afirmou o tesoureiro de um banco internacional ao ‘Valor’.
Segundo a ‘Reuters’, a apreensão doméstica levava o real a se descolar de outros mercados emergentes, onde o dólar perdia terreno. A alta dos preços do petróleo e expectativas de que o Federal Reserve (Fed) deve demorar para voltar a elevar os juros nos Estados Unidos alimentavam a demanda por ativos de maior risco.
Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio e promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, o BC já rolou US$ 6,387 bilhões, ou cerca de 63% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.
Fontes: Valor Online | Agência Reuters.
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