O Japão se livrou de uma esperada recessão ao registrar crescimento econômico surpreendente no primeiro trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescendo 1,7% entre os meses de janeiro a março, o primeiro crescimento em dois trimestres, informou o governo do país nesta quarta-feira (18), sinalizando que a economia japonesa está conseguindo conseguir superar os efeitos do abrandamento da economia chinesa e do recente fortalecimento do iene, em vista de que a demanda interna subiu mais do que o previsto pelo mercado.
O resultado surpreendeu a expectativa do mercado, que espera uma modesta alta de 0,2%, na melhor das hipóteses. Nos três meses anteriores o PIB tinha recuado 1,7% (acima dos 1,1% anteriormente estimados).
A expansão também representa uma forte recuperação diante do 1,7% de retração registrada no trimestre anterior. Na comparação com o trimestre anterior, a economia japonesa cresceu 0,4% de janeiro a março, de acordo com os dados divulgados pelo Escritório do Gabinete Japonês.
Muitos analistas dizem que a economia escapou por pouco da recessão, definida como dois trimestres seguidos de contração, após o aumento com o ano bissexto, que deixa um dia a mais para os clientes irem às compras.
O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento dos gastos domésticos, bem como as despesas das famílias, enquanto o investimento das empresas continuou em queda. Também o fato de o primeiro trimestre ter tido mais dias úteis contribuiu para o incremento do PIB.
“Os dados do PIB foram muito mais fortes que o esperado, mas quando retiramos o efeito de mais dias úteis, a verdade é que a economia continua estagnada”, avaliou Yuichi Kodama, economista-chefe de um banco em Tóquio.
Dados separados mostraram hoje que o consumo privado, que responde por 60% do Produto Interno Bruto (PIB), aumentou 0,5%, mais do dobro da média das previsões do mercado, impulsionado por um aumento no consumo de eletrodomésticos. Enquanto os lares aumentaram os gastos com televisão, comida e bebida, e lazer. Essa alta, contudo, não conseguiu anular a queda de 0,8% do trimestre anterior.
Tanto a demanda local como externa impulsionou o PIP em 0,2 ponto percentual. graças ao crescimento das exportações para os Estados Unidos e a Europa, o que levou a uma alta de 0,6% nas exportações. Por outro lado, os investimentos de capital corporativo recuaram 1,4%, tendo como pano de fundo a alta do iene e a incerteza das economias estrangeiras. Os investimentos imobiliários também caíram 0,8%.
Segundo o escritório do gabinete, os valores do PIB representam uma elevação de 0,8% para o ano fiscal que foi encerrado em março deste ano, e o primeiro aumento do gênero em dois anos. No entanto, trata-se da um valor abaixo do esperado pelo governo, que era de 1,2% em média.
Com o consumo privado registrando apenas uma fraca recuperação diante da queda no trimestre anterior, os dados mantêm vivas as expectativas do mercado de que o primeiro-ministro Shinzo Abe adie a alta do imposto sobre vendas programada para 2017, disseram analistas.
Funcionários do governo afirmaram que os dados serão cruciais para a decisão de Abe de adiar ou não a alta. Em 2014, o imposto foi elevado de 5% para 8%, colaborando para a recessão, o que fez com que ele adiasse em 18 meses a segunda elevação para 10%.
Fontes: Agência Bloomberg | Agência Reuters | NHK News.
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