Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou com leve variação positiva ante o real nesta quinta-feira (18), após oscilar entre altas e baixas durante boa parte das negociações de hoje, influenciado pela sinalização de que o Banco Central brasileiro deve reduzir ainda mais o ritmo de intervenção no câmbio e pelo anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), na véspera, indicar que a economia dos Estados Unidos provavelmente está forte o suficiente para alta de juros ainda este ano.
A moeda norte-americana encerrou em leve alta de 0,03%, cotada a R$ 3,0588 na venda, após perder mais de 1% em cada uma das duas sessões anteriores. Na quarta-feira, a moeda dos EUA recuou 1,21% ante o real, e fechou no menor valor de desde 21 de maio. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 1,1 bilhão.
“O BC repetiu a dose e aproveitou o momento de bom humor nos mercados externos para reduzir a rolagem (de swaps), o que não é tão surpreendente. A fraqueza da moeda norte-americana no exterior prevalece”, afirmou à Agência Reuters o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Na véspera, o Fed indicou que a economia dos Estados Unidos provavelmente está forte o suficiente para alta de juros neste ano, mas reduziu sua projeção de crescimento econômico. A manobra foi interpretada por investidores como sinalização de que “ele quer subir juros, mas ainda não está confortável para isso”, disse Correa.
A reação do mercado foi reduzir as cotações do dólar globalmente, uma vez que postura mais gradual do Fed manteria a atratividade de ativos de outros países. Operadores esperam, de forma geral, que o aperto monetário tenha início em setembro nos EUA.
O bom humor nos mercados externos nesta sessão foi limitado, no entanto, pela crise em torno da dívida da Grécia. Reunião do Eurogrupo para discutir o impasse nesta quinta-feira fracassou e o Banco Central Europeu (BCE) afirmou não ter certeza se os bancos gregos serão capazes de abrir na segunda-feira.
Redução de intervenção do Banco Central no câmbio
Após o fechamento do mercado na véspera, o BC anunciou para esta sessão leilão de até 5,2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólar, para rolagem do lote que vence em julho. Na última semana, a autoridade monetária vinha ofertando até 6,3 mil contratos e, antes disso, até 7 mil.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem. Com isso, repôs o equivalente a US$ 4,187 bilhões, cerca de 48% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Se mantivesse as ofertas de até 6,3 mil contratos por dia até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, o BC rolaria cerca de 74% do lote de julho. Com a oferta menor, essa proporção cairia para por volta de 69%.
Na semana passada, quando aconteceu a primeira redução, analistas consultados pela Reuters interpretaram que o BC indicou que está disposto a tolerar um dólar mais valorizado para incentivar a atividade econômica, via exportações, em um momento em que eleva os juros para domar a inflação.
(Com informações da agências Reuters)
*Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.