Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar caiu mais de 1% nesta sexta-feira (18), voltando a valer menos que o teto informal de R$ 2,25, influenciado pela divulgação, na véspera, da última pesquisa eleitoral. De acordo com o Datafolha, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) aparecem tecnicamente empatados em um eventual segundo turno nas eleições presidenciais de outubro.
O dólar comercial encerrou o dia com desvalorização de 1,35%, cotado a R$ 2,2283 para a venda. É a maior queda percentual diária desde 4 de abril, quando a moeda norte-americana caiu 1,7%. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão.
Com isso, a moeda norte-americana corrigiu boa parte da expressiva alta da véspera, quando a queda de um avião malaio na Ucrânia fez a aversão ao risco disparar nos mercados globais.
Apesar da queda de hoje, o dólar fecha a semana com valorização de 0,31%. No mês a alta acumulada é 0,83% enquanto no ano, porém, há queda de 5,48%.
A desvalorização do dólar no mercado local foi intensificada pela queda das intenções de voto da presidente Dilma na pesquisa eleitoral e de um aumento das chances de vitória do candidato da oposição, visto com perfil mais pró-mercado, conforme aponta o jornal financeiro ‘Valor Online’.
Pela primeira vez, a sondagem do Datafolha mostrou um empate técnico num eventual segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato Aécio Neves (PSDB). Dilma, no entanto, ainda se mantém na liderança isolada das intenções de voto para o primeiro turno.
No cenário externo, a queda de um avião da Malásia em território ucraniano na quinta-feira aprofundou consideravelmente o conflito entre Kiev e os rebeldes pró-Moscou, aumentando as tensões entre o Ocidente e a Rússia e deixando os mercados financeiros apreensivos. Os Estados Unidos acreditam que um míssil terra-ar tenha derrubado o jato.
Entretanto, a diminuição da aversão a risco no exterior também contribuiu para uma recuperação das moedas emergentes. O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse hoje que um cessar-fogo entre as forças ucranianas e os militantes pró-Rússia é essencial, o que traz uma esperança de um esforço para uma possível trégua no conflito entre a Ucrânia e Moscou.
A queda do índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos ajudou a reforçar a desvalorização do dólar. A moeda americana recuava 1,10% em relação ao rand sul-africano, 0,81% frente à lira turca e 0,32% em relação ao peso mexicano.
Ainda de acordo com o ‘Valor Online’, no mercado local, as fortes variações do dólar verificadas ontem e hoje deixam claro que o mercado cambial está bastante sensível aos desdobramentos externos e, especialmente, ao noticiário eleitoral doméstico. Analistas já preveem um dólar mais baixo no fim do ano, caso a presidente Dilma não seja reeleita.
A Tendências Consultoria, por exemplo, mantém o cenário base para a taxa de câmbio em R$ 2,45 no fim do ano, mas prevê uma queda da moeda americana para R$ 2,10 no caso de uma vitória da oposição na eleição.
Atuação do Banco Central no câmbio
Na véspera, a notícia levou o dólar a superar o teto da banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25. Boa parte do mercado acredita que essa banda agradaria ao Banco Central brasileiro por não ser inflacionária e não prejudicar as exportações, e relutam em tentar manter a divisa acima desse patamar justamente pela forte atuação da autoridade monetária no mercado.
Pela manhã, o BC continuou com suas intervenções diárias e vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Os contratos vendidos vencem em 2 de fevereiro de 2015 e têm volume correspondente a US$ 198,9 milhões. Também foram ofertados para 1º de junho de 2015, mas nenhum foi vendido.
O BC também vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 40 por cento do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.
As informações das cotações de fechamento são fornecidas pelo Portal Financeiro Investing.com Brasil.
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