Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em alta de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (19), em um dia de baixo volume de negócios devido ao feriado que manteve fechados os mercados nos Estados Unidos. No mercado local, a alta do dólar foi intensificada após a notícia de que poderá haver racionamento de energia elétrica no Brasil após cortes no fornecimento determinados pelo governo e que podem afetar ainda mais a atividade econômica no país.
A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 1,33%, cotada a R$ 2,6560 na venda, após cair 0,79% na sessão anterior. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi extremamente baixo, em torno de US$ 600 milhões, contra a média diária em dezembro de cerca de US$ 1 bilhão.
O Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pela gestão do abastecimento de energia no país, solicitou o corte no fornecimento de energia para as distribuidoras do Sul e Sudeste para “alívio da carga”, aumentando a preocupação com um possível racionamento. De acordo com a Agência Valor Online, a ação atingiu as distribuidoras como a Eletropaulo, Light e Copel, Cemig e Escelsa.
A medida aumenta a preocupação com um possível racionamento de energia, que poderia comprimir ainda mais o crescimento já fraco da economia doméstica, que já deve sofrer impacto com o corte de investimentos das empreiteiras envolvidas na operação Lava-Jato.
“Se realmente houver racionamento, é mais um obstáculo para a economia neste ano”, explicou à Agência Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
Segundo a Reuters, o incidente acontece num momento de baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas, diante do baixo nível de chuvas e elevadas temperaturas nas regiões em que ficam importantes usinas geradoras de eletricidade.
A moeda norte-americana havia caminhado de lado durante a maior parte do pregão, perto do patamar de 2,60 reais, refletindo o menor volume de operações diante do feriado norte-americano em homenagem a Martin Luther King.
“Hoje é um dia de mercado vazio e houve algumas compras pontuais. O resultado é que o dólar dá uma estilingada”, afirmou o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo Abucater.
Ainda assim, o dólar continuou longe dos picos atingidos no início do ano, acima de R$ 2,70. Isso porque a perspectiva de maior disciplina fiscal, promessa da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, vem animando investidores nas últimas semanas, abrindo espaço para o dólar voltar a se assentar em níveis mais baixos.
Expectativas de maior liquidez global, com a possível adoção de um programa de compra de títulos de governos pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta semana, também têm contribuído para o alívio.
Agentes financeiros aproveitaram esse fôlego na semana passada para testar o patamar de R$ 2,60, mas a moeda norte-americana não conseguiu ficar abaixo desse nível. Segundo analistas, a cautela nos mercados globais, diante da persistente queda dos preços do petróleo, e o atual quadro doméstico de inflação elevada e crescimento fraco limitavam o espaço para baixas do dólar.
Intervenções do Banco Central no câmbio
Pela manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares. Foram vendidos 850 contratos para 1º de setembro e 1.150 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de fevereiro, equivalentes a US$ 10,405 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 56% do lote total.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
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