O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira (19), após operar em queda durante toda a parte da manhã, em meio à alta dos preços do petróleo, expectativas de novos estímulos econômicos na China e refletindo as dúvidas sobre a retomada do ciclo de aperto monetário no Brasil.
A moeda norte-americana subiu 0,51%, cotada a R$ 4,0549 na venda, após atingir R$ 3,9995 na mínima da sessão. Trata-se do maior valor de fechamento desde 29 de setembro, quando o dólar terminou o dia valendo R$ 4,059.
Como resultado, o dólar acumula valorização de 2,70% frente ao real no mês e no ano.
A China divulgou hoje que sua economia cresceu 6,9% em 2015, dentro do esperado, mas no menor nível desde 1990, quando avançou 3,8%. Apesar da preocupante desaceleração da segunda maior economia do mundo os mercados financeiros globais reagiram favoravelmente ao resultado do PIB chinês, mas sob expectativas de que Pequim combata a desaceleração com novos estímulos.
A recuperação dos preços do petróleo, após atingirem as mínimas em 12 anos, também contribuiu para alimentar o apetite por risco. Operadores ressaltaram, porém, que as perspectivas para o mercado brasileiro continuam difíceis, em meio as incertezas sobre o cenário político e econômico local.
Declarações do presidente do Banco Central
A expectativa de que o Banco Central brasileiro pode optar por um aumento mais moderado da taxa básica de juros, ou mesmo pela manutenção da taxa Selic, ganhou força com a divulgação da nota do presidente do BC, Alexandre Tombini, sobre a revisão das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a atividade econômica.
O FMI revisou a projeção para o PIB do Brasil que passou de retração de 1% para contração de 3,5% neste ano e de crescimento de 2,3% para zero em 2017. Tombini considerou que as revisões das projeções do FMI foram “significativas” e sublinhou que “todos os dados econômicos relevantes disponíveis serão considerados pelo Copom em suas decisões”.
A expectativa de retomada do ciclo de aperto monetário vinha dando suporte ao real e impediu que a moeda tivesse uma performance pior que seus pares neste ano diante do movimento de aversão a risco gerado por preocupações com o crescimento da China.
Segundo analistas, a mudança de comunicação do BC, em meio a notícias de pressões políticas sobre o Banco Central, afeta a credibilidade da autoridade monetária e traz dúvida sobre o rumo da política econômica, com o mercado temendo a adoção de uma política monetária e fiscal mais frouxa para incentivar a retomada do crescimento.
Atuações do Banco Central
O Banco Central brasileiro fez nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos.
Até o momento, o BC já rolou o equivalente a US$ 6,762 bilhões, ou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
Fontes: Agência Valor Online | Agência Reuters.
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