Dólar tem terceira alta seguida e fecha acima de R$ 2,86

O movimento no mercado local acompanhou o avanço do dólar no exterior.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em alta frente ao real nesta quinta-feira (19), marcando o terceiro pregão seguido de valorização e cotado perto das máximas em mais de uma década, acompanhando o movimento de valorização da moeda americana no exterior em meio à preocupações com as negociações da extensão do plano de resgate da Grécia e queda do preço do petróleo. Influenciou ainda dados melhores que o esperado no mercado de trabalho nos Estados Unidos e a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA, divulgada simultaneamente ao fechamento da véspera, que minou as expectativas de que os juros norte-americanos poderia subir já em junho.

A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,82%, cotada a R$ 2,8657 na venda, após avançar 0,38% na véspera. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi um pouco melhor, em torno de US$ 900 milhões contra US$ 275 milhões de quarta-feira, dia em que mercado abriu mais tarde, a partir das 13h, devido ao retorno do feriado de Carnaval.

O movimento no mercado local acompanhou o avanço do dólar no exterior. Apesar do tom cauteloso da ata última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, divulgada ontem, que ressaltou a preocupação de que uma elevação prematura da taxa de juros poderia prejudicar a economia americana, há ainda muitas dúvidas sobre o processo de normalização da política monetária nos Estados Unidos.

Os dados do mercado de trabalho divulgados hoje reforçam a perspectiva de recuperação da economia americana, o que abriria espaço para o Fed começar a subia a taxa de juros. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 283 mil na semana encerrada em 14 de fevereiro, enquanto os analistas esperavam um recuo para 283 mil.

Investidores ainda acompanham atentos o desenrolar da negociação da extensão do plano de resgate da Grécia, que enviou hoje uma proposta de extensão por seis meses do acordo e, para avaliar os termos, uma nova reunião de ministros de Finanças da zona do euro, o chamado Eurogrupo, foi convocada para a tarde desta sexta-feira, em Bruxelas. A Alemanha, contudo, já se adiantou e criticou a proposta apresentada hoje pela Grécia, ressaltando que a carta [apresentada pela Grécia] não atende os critérios acertados pelo Eurogrupo na [reunião da] segunda-feira”.

“Na dúvida, o mercado tem comprado dólares. Como tanto aqui quanto lá fora têm sido fontes de incertezas, qualquer queda acaba se mostrando temporária”, disse à Agência Reuters o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano.

No mercado doméstico, a perspectiva de contração econômica neste ano, combinada com inflação alta, tem sido um dos principais fatores por trás da escalada recente da divisa norte-americana. Alguns investidores temem um rebaixamento da classificação de risco brasileira, diminuindo a atratividade de ativos domésticos.

Os investidores seguem vendo o movimento de dólar como uma correção de preço, sustentada pela leitura de que o governo permite o ajuste na taxa de câmbio real para dar suporte ao setor produtivo. Não se vê, contudo, uma corrida por moeda ou demanda por “hedge” que não sejam atendidas. “Os mais de US$ 100 bilhões em estoque de swaps pelo Banco Central são um importante sinal de que o mercado tem a demanda por ‘hedge’ suprida”, disse o diretor da mesa para clientes do banco Pine, Rafael Garrote, à Agência Valor Online.

Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro retomou as atuações diárias no câmbio, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 66% do lote total.

Também nesta quinta-feira, o BC divulgou o fluxo cambial que mostrou uma saída líquida de US$ 376 milhões na semana passada, resultado de um saldo negativo de US$ 480 milhões na conta financeira e de um superávit de US$ 104 milhões na conta comercial. No mês, até o dia 13, o fluxo cambial está positivo em US$ 447 milhões e acumula saldo positivo de US$ 4,350 bilhões no ano

(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)

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