O dólar comercial despencou frente ao real nesta sexta-feira (19) e fechou na maior queda diária em sete anos. A forte queda foi um movimento de correção após a moeda americana saltar 8,15% na véspera, maior alta percentual desde janeiro de 1999, quando o câmbio deixou de ser controlado pelo governo.
O término das negociações, o dólar estava cotado a R$ 3,2571 na venda, com recuo de 3,89%, maior queda percentual diária desde 10 de maio de 2010, quando o dólar perdeu 4,00%, segundo a agência “Valor Online”.
Já a agência de notícias “Reuters” afirma que o declínio do dólar frente ao real nesta sessão é o maior desde 24 de novembro de 2008, quando a moeda dos EUA caiu 5,88%.
Apesar da forte queda nesta sessão, o dólar encerra a semana com alta acumulada de 4,26%,a maior alta semanal do ano.
Segundo o portal “G1”, analistas disseram que o mercado viveu nesta sexta um movimento de correção após o “pânico” no dia anterior, quando o dólar subiu 8,15%, a R$ 3,389 na venda.
“O movimento da véspera foi muito irracional. Vamos ter um alteração dos cenários, mas a mudança nos fundamentos não vai ser tão rápida nem tão intensa”, avaliou o analista da corretora XP Marco Saravalle, de acordo com a “Reuters”.
O mercado ainda repercutia as denúncias contra o presidente Michel Temer feitas por Joesley Batista, um dos sócios da JBS. Na noite da última quinta-feira, o conteúdo das gravações feitas pelo empresário em conversas com o presidente foi divulgado, mas, segundo o portal “UOL Economia”, não é conclusivo se, de fato, Temer autorizou a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
No entanto, o empresário confessou ao presidente ter pago propina a um procurador. Na tarde de quinta, antes da divulgação dos áudios, o presidente fez um pronunciamento em que negou as acusações e disse que não vai renunciar ao cardo de Presidente da República.
Intervenção no câmbio
Diante do cenário político extremamente sensível, o Banco Central reforçou sua atuação no câmbio. De acordo com a “Reuters”, a autoridade monetária fez novo leilão de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) para rolagem do vencimento de junho, no qual vendeu todos os 8.000 contratos ofertados.
O BC também vendeu o total de 40 mil novos contratos, equivalentes a 2 bilhões de dólares, em leilão extra que se repetirá ainda pelos próximos dois pregões.
Além do BC, o Tesouro Nacional também anunciou intervenção em razão da volatilidade no mercado e fez leilões de títulos nesta sessão, e repetirá até o dia 23, de compra e venda de títulos, explicou a “Reuters”.
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