Corte do Japão não reconhece 388 pessoas como sobreviventes da bomba atômica

Sobrevivente da bomba atômica dá direito a tratamento médico gratuito, entre outros benefícios.
Explosao da bomba atomica jogada em Nagasaki Foto Creative Commons 900x600 02 min
Explosão da bomba atômica jogada em Nagasaki | Foto: Creative Commons

A Suprema Corte do Japão negou na segunda-feira (18) o pedido de mais de 380 pessoas que buscavam reconhecimento como sobreviventes do bombardeio atômico de Nagasaki, em 9 de agosto de 1945, o que culminou na rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, informou a emissora pública ‘NHK’.

De acordo com o processo, um total de 388 pessoas pediam o reconhecimento da condição de “hibakusha”, termo usado no Japão para designar os sobreviventes do bombardeio atômico em Hiroshima e Nagasaki.

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A condição de “hibakusha” permitiria aos requerentes tratamento médico gratuito para câncer e outras doenças em consequência da explosão atômica, além de outros benefícios.

Contudo, documentos provam que, no horário do bombardeio, os requerentes se encontravam fora do perímetro que permite o reconhecimento como hibakusha. Porém, a presença dentro de um raio de 12 quilômetros do hipocentro da explosão confere a eles direito à cobertura médica para despesas com tratamento psicológico, como “indivíduos que passaram pela experiência da bomba”.

Na decisão de segunda-feira, o juíz Katsuyuki Kizawa declarou que havia pouca probabilidade de 387 dos requerentes sofrerem de problemas de saúde causados pela radiação.

A Suprema Corte ordenou um novo julgamento para um requerente que adentrou o perímetro designado da cidade de Nagasaki logo após o bombardeio atômico. Conforme noticiou a ‘NHK’.

Bombardeios atômicos no Japão
O primeiro bombardeio atômico da história mundial ocorreu em 6 de agosto de 1945 contra Hiroshima, cidade do sul do Japão, quando o bombardeiro B-29 americano, batizado “Enola Gay”, lançava em cima dessa cidade a bomba atômica “Little Boy”.

Três dias depois, em 9 de agosto, outra bom atômica, a“Fat Man”, devastou Nagasaki, o que levou à rendição japonesa, em 15 de agosto, e ao final da Segunda Guerra Mundial.

Com uma potência equivalente a 16 quilotoneladas de TNT, a bomba de Hiroshima causou uma deflagração que subiu a temperatura no solo a 4.000 graus. “Little Boy” provocou, naquele mesmo dia e nas semanas seguintes, 140.000 mortos, enquanto em Nagasaki o segundo ataque atômico da historia mundial causou 74.000 vítimas mortais.

Muitos japoneses consideram a destruição dessas duas cidades como crimes de guerra, uma vez que os alvos foram civis e sua capacidade de devastação sem precedentes.

Enquanto isso, muitos americanos acreditam que estes bombardeios, que precipitaram o fim da guerra entre os Estados Unidos e o Japão, impediu a perda de mais vidas.

Contudo, Hiroshima e Nagasaki são as únicas cidades do planeta atacas por bombas atômicas. Ambas renasceram das cinzas e, desde o fatídico ataque, pedem pelo fim das armas nucleares. Elas são um símbolo que o mundo deve recordar sempre, consideram os japoneses.

Do Mundo-Nipo

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