Japão executa dois condenados à morte por matar 7 pessoas

O governo de Shinzo Abe soma agora 21 execuções desde seu regresso ao poder no final de 2012.
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Foto: Ilustrativa / Creative Commons

O Ministério da Justiça do Japão informou que dois homens condenados à morte por vários assassinatos na década de 1990 foram executados nesta terça-feira (19), contrariando os apelos das organizações internacionais de defesa dos direitos humanos que lutam pelo fim da pena capital no mundo.

Conforme manda o sistema de pena de morte no Japão, os dois condenados foram executados na forca sem aviso prévio, sob aprovação da ministra da Justiça japonesa, Yoko Kamikawa, o que eleva para 21 o número de execuções após o regresso ao poder, no final de 2012, do primeiro-ministro conservador Shinzo Abe.

As últimas execuções no país por pena capital ocorreram em 13 de julho deste ano, quando dois homens foram enforcados também por assassinatos múltiplos.

O primeiro executado nesta terça, Teruhiko Seki, de 44 anos, foi condenado por matar em 1992 quatro membros de uma família quando ainda era menor de idade na cidade de Ichikawa, a leste de Tóquio.

Além dos quatros homicídio, Seki cometeu várias violações, roubos e protagonizou altercações que resultaram em vários feridos, segundo o Ministério da Justiça.

O outro executado foi Kiyoshi Matsui, de 69 anos. Ele foi condenado à pena capital por matar, com um martelo, a noiva e os pais dela em fevereiro de 1994 na província de Gunma, no centro do país.

Ambos foram executados em Tóquio, informou a ministra Kamikawa, que classificou os crimes de “bárbaros” e “extremamente cruéis”.

Após as execuções de hoje, o número de condenados à morte esperando por execução no país totaliza agora 123 presos, sendo que 94 pediram a revisão das suas sentenças.

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No Japão, os réus são notificados que serão enforcados apenas algumas horas antes da execução, o que é duramente criticado pelas organizações de defesa dos direitos humanos, que apontam o ato como desumano em vista da carga psicológica que os condenados são obrigados a suportar, já que passam anos ou décadas reclusos e isolados, sem saber quando as penas serão aplicadas.

Em resposta aos protestos, a ministra da Justiça disse hoje que a pena de morte “é uma questão em que cada país adota sua própria política”. Ela defendeu a situação atual, na qual “a maioria dos japoneses é favorável a sua manutenção”.

A observação da ministra pode ser conferida em pesquisas realizadas no pais sobre o tema, nas quais mostram que a pena de morte tem a aprovação da maioria da população japonesa.

O Japão e os Estados Unidos são as únicas democracias industrializadas do planeta a aplicar a pena de morte.

Do Mundo-Nipo
Fontes: Kyodo News | The Asahi Shimbun.


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