Dólar sobe mais de 1% e fecha no maior valor em quase 4 meses

A alta refletiu à derrocada nos preços do petróleo e as incertezas sobre a estratégia do governo brasileiro para enfrentar a crise econômica.
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O dólar avançou mais de 1% sobre o real nesta quarta-feira (20), com aversão a risco nos mercados internacionais em meio à derrocada nos preços do petróleo e refletindo as incertezas sobre a estratégia do governo brasileiro para enfrentar a crise econômica.

Ao término da sessão, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,1050 na venda, alta de 1,23%. Durante a tarde, o dólar chegou a subir 1,74%, negociado a R$ 4,1258, mas perdeu um pouco de força por volta das 16h para fechar no maior valor desde 28 de setembro, quando encerrou o dia valendo R$ 4,1095.

Investidores procuraram investimentos considerados mais seguros diante do cenário de incertezas com a queda do preço do petróleo. Nos EUA, a cotação do petróleo desabava nesta quarta-feira, chegando ser negociado abaixo de 27 dólares por barril pela primeira vez desde 2003.

Segundo a agência Reuters, a derrocada do petróleo reflete a sobreoferta nos mercados globais e expectativas de demanda fraca diante da fraqueza no crescimento econômico global.

O recuo da commodity arrastou consigo boa parte dos mercados globais, como as bolsas chinesas e norte-americanas, com o Standard & Poor’s 500 atingindo seu menor nível desde fevereiro de 2014.

No mercado de câmbio, a moeda norte-americana avançava quase 2% em relação ao peso mexicano, para uma nova máxima histórica, mesmo após o banco central do país entrar no mercado vendendo dólares, conforme noticiou a ‘Reuters’.

Cenário interno
No Brasil, a preocupação era intensificada por incertezas sobre a estratégia do governo para enfrentar a crise econômica.

Há preocupações sobre a possibilidade de que o governo descuide do ajuste das contas públicas para estimular a economia. Soma-se a isso o temor de que o Banco Central evite aumentar os juros diante da recessão econômica.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta, após o fechamento dos mercados, a Selic (taxa básica de juros do país), após dois dias de reunião. É o primeiro encontro do Copom neste ano. Desde julho, a taxa está em 14,25% ao ano.

“Sazonalmente, os primeiros meses do ano são de fluxo positivo, mas não é isso que estamos vendo”, disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater, à Reuters.

Atuações do Banco Central
O Banco Central fez nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos.

Até o momento, o BC já rolou o equivalente a US$ 7,329 bilhões, ou cerca de 70% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.

Fontes: Agência Reuters/ Thomson Reuters | Jornal Estadão.

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