Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira (20), atingindo o quarto pregão consecutivo de valorização e cotado no maior nível desde outubro de 2004. Apesar da moeda americana ter cedido no exterior, diante da notícia de que a Grécia e os ministros de Finanças da zona do euro estão perto de fechar um acordo, a piora da perspectiva para a economia doméstica limitou a queda do dólar no mercado local.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,46%, cotada a R$ 2,8788 na venda, após chegar a R$ 28858 na máxima do dia. É o maior valor de fechamento desde 25 de outubro de 2004, quando o dólar valia R$ 2,884.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi um pouco melhor, em torno de US$ 1,1 bilhão, contra US$ 900 milhões na véspera.
Com o resultado de hoje, o dólar encerra a semana com ganho acumulado de 1,68%. No mês, tem alta de 7,04% e, no ano, acumula valorização de 8,28%.
No exterior, o dólar caía frente ás principais divisas diante de notícias de que a Grécia e os ministros de Finanças da zona do euro chegaram a um pré-acordo para estender o programa de resgate para mais quatro meses.
Nas últimas semanas, o câmbio vem sendo pressionado pela possibilidade de a Grécia deixar a zona do euro devido aos desentendimentos sobre seu programa de resgate concedido pela troika da União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
Se essa perspectiva se concretizasse, golpearia novamente a cambaleante recuperação econômica global, diminuindo o apetite dos investidores por ativos de maior risco, como o real.
No mercado local, no entanto, a piora da perspectiva em relação aos fundamentos domésticos limitaram a queda da moeda americana. Já a moeda brasileira vem sendo pressionada pela deterioração dos fundamentos macroeconômicos do país, que tem alimentado algumas preocupações com a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento.
Em nota, estrategistas do Morgan Stanley dizem que o cenário para o real ainda é negativo no médio prazo, uma vez que uma moeda mais fraca é necessária para melhorar a competitividade e reduzir a taxa real efetiva de câmbio. O banco americano prevê que o dólar termine este trimestre em R$ 2,65 e fechará 2015 em R$ 2,90.
O aumento da preocupação dos investidores com o risco político e com a aprovação das medidas de ajuste fiscal anunciadas recentemente pela equipe econômica ajudou a piorar o pessimismo dos investidores, que havia melhorado desde o anúncio da nomeação do ministro da Fazenda.
Atuações do Banco Centra no Câmbio
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1 mil contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1 mil para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98,1 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 72% do lote total.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
*Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.