Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em baixa ante o real nesta quarta-feira (20), interrompendo uma sequência de três altas consecutivas após o Congresso Nacional dar mais um passo na aprovação das medidas de ajuste fiscal. Influenciou ainda a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), o que reforçou as apostas dos mercados.
A moeda norte-americana encerrou o dia em baixa de 1,24%, cotada a R$ 3,0035 na venda. Na mínima da sessão, a moeda chegou a R$ 2,9976. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro continuou fraco, em torno de US$ 983 milhões, contra cerca de US$ 977 milhões observados na véspera.
A ata da reunião do Fed, divulgada nesta quarta-feira, sinalizou que a desaceleração econômica registrada pelos Estados Unidos no primeiro trimestre deste ano tornou pouco provável que as taxas de juros sejam elevas ainda neste semestre.
“Esperava uma novidade, talvez alguma alteração sobre a política do Fed. Até agora, o foco da aotiridade tem sido no desemprego. Se a taxa de desemprego continuasse caindo, isso significaria que a atividade estava ganhando fôlego, o que permite aumento nos juros. Mas agora tem também o problema da inflação, que está fraca”, analisou Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora.
Segundo ele, as apostas do mercado foram reforçadas para que o aumento de juros nos EUA corra somente em setembro ou dezembro. “Isso tem impacto direto no dólar, que deve cair no curto prazo. As moedas emergentes granam força, principalmente o real, que é a moeda emergente mais desvalorizada, com mais espaço para recuar”, disse ele.
Uma alta do juro americano deixaria dos títulos do Tesouro dos estados Unidos, que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco, mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.
A taxa de juros americana se encontra em seu menor patamar desde 2008, entre 0% e 0,25%, numa medida do Federal Reserve para tentar amenizar os efeitos negativos da crise financeira.
Ajuste fiscal
No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou na véspera o texto-base da medida provisória 668, que eleva as alíquotas de PIS e Cofins para produtos importados. Outros destaques da MP devem ser analisados nesta quarta-feira. Somente após a análise da emendas, a matéria será encaminhada para apreciação do Senado Federal.
“Ainda parece haver apoio suficiente dos parlamentares, que combinado com o comprometimento sério da equipe econômica… assegura que o ajuste fiscal continue neste ano”, escreveu em nota a clientes Siobhan Morden, estrategista-chefe para a América Latina no grupo financeiro Jefferies LLC.
Investidores têm recebido bem as medidas de ajuste das contas públicas propostas pelo governo, em meio ao quadro de inflação elevada e contração econômica.
Atuação do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central do Brasil vendeu a oferta total de até 8.100 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) no leilão de rolagem.
Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 5,120 bilhões, ou cerca de 53% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações da Agência Reuters e da Folha de S.Paulo)
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