Os gastos das famílias japonesas caíram pelo 11º mês consecutivo em agosto, enquanto os salários marcaram quedas ao longo de meio ano, à medida que os consumidores lutavam para voltar aos hábitos de compra anteriores à pandemia de coronavírus.
Os analistas veem a economia japonesa se recuperando da queda causada pelo coronavírus, mas os números fracos de gastos e de salários destacam os desafios que o novo primeiro-ministro do país, Yoshihide Suga, enfrenta enquanto trabalha para reanimar a economia.
O levantamento de estatística do Ministério dos Assuntos Internos do Japão mostra que as despesa dos lares caíram 6,9% em agosto em relação ao ano anterior, correspondendo a uma previsão mediana em uma pesquisa da agência Reuters.
A queda (em termos anuais) registrada até agosto marca a 11ª retração consecutiva do índice, o período mais longo de contração desde a série de 15 meses até maio de 2017.
No entanto, o ritmo de declínio desacelerou depois de atingir o recorde de 16,2% em maio, quando as pessoas ficaram em casa para evitar a infecção do vírus durante o estado de emergência, e consequente lockdown, no país de abril a maio.
O governo do então primeiro-ministro SHinzo Abe suspendeu as medidas emergenciais no final de maio e a atividade empresarial foi gradualmente retomada.
Comparação mensal positiva
Na comparação com o mês anterior, o gasto das famílias registrou leitura positiva, com crescimento de 1,7% em agosto, após queda de 6,5% em julho.
“Esperamos que a economia geral, incluindo os gastos do consumidor, se recupere à medida que a atividade econômica for reiniciada”, disse Yusuke Shimoda, economista sênior do Japan Research Institute.
“Mas as pessoas permaneceram cautelosas sobre os riscos de contrair o vírus e espera-se que os salários piorem ainda mais, então o ritmo de recuperação dos gastos do consumidor provavelmente será limitado”, disse.
Redução dos salários
Dados separados, também divulgados na sexta-feira, mostraram que os salários ajustados pela inflação do país caíram 1,4% em agosto ante o mesmo mês do ano anterior. A retração marca o sexto mês consecutivo de queda e reflete, principalmente, uma grande redução de horas extras em razão da redução de carga horária em tempos de pandemia.
A economia mergulhou ainda mais na recessão no trimestre de junho, quando o coronavírus sacudiu a demanda global, e os analistas dizem que levará algum tempo para que os níveis de atividade pré-pandêmica no Japão normalizem suas atividades.
*A tabela com os dados completos dos gastos das famílias pode ser conferida no site do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações do Japão (em inglês).
Do Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Statistics Bureau of Japan | Agência Reuters.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.