BC do Japão mantém política monetária e melhora visão sobre a economia

O banco central japonês também afastou as expectativas de alta de juros.
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Foto: Aflo Images

O Banco do Japão (BoJ, banco central japonês) decidiu nesta terça-feira (20) manter inalterada sua política monetária, mas melhorou ainda mais sua visão otimista sobre a economia japonesa, sinalizando sua convicção de que o iene fraco e a recuperação na demanda internacional vão fortalecer as perspectivas para uma recuperação sólida.

“A economia do Japão continua a se recuperar moderadamente como tendência”, disse o Banco do Japão em comunicado anunciando sua decisão de política monetária.

Apesar de a economia japonesa apresentar insistente fraqueza desde o ano passado, a avaliação do BoJ foi mais positiva do que a apresentada no dia 1º de novembro, quando afirmou que, embora a economia do Japão continuasse a se recuperar moderadamente como tendência, havia alguma fraqueza nas exportações e na produção.

Em uma decisão amplamente esperada, o banco central manteve a taxa de 0,1% que cobra sobre uma parcela das reservas em excesso que as instituições financeiras deixam no Banco do Japão.

Também deixou inalterada a meta para o rendimento do título de 10 anos em torno de zero por cento.

Em entrevista à imprensa, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, disse que não considera as quedas recentes do iene como um problema para a economia do Japão, dizendo que uma moeda fraca ajuda a acelerar a inflação ao aumentar os custos de importação e, assim, elevando as expectativas de inflação –um elemento crucial no plano do Banco do Japão para vencer a estagnação econômica.

“Nós ainda estamos distantes de nossa meta de inflação de 2 por cento. Portanto, é apropriado continuar com um afrouxamento monetário poderoso”, disse Kuroda à repórteres nesta manhã.

“Absolutamente não é o caso de que os rendimentos dos títulos do governo japonês podem subir em paralelo com as taxas de juros de longo prazo no exterior, ou isso (qualquer aumento nos rendimentos japoneses) nos levaria a aumentar nossas metas de rendimento”, declarou.

As declarações de Kuroda foram dadas após o anúncio do BoJ, que também manteve os juros de curto prazo em -0,1 por cento e o rendimento dos títulos de 10 anos do governo em torno de zero por cento. Essa decisão era amplamente esperada pelo mercado internacional.

Os juros de longo prazo do Japão têm subido junto com os rendimentos dos bônus globais diante de expectativas de altas dos juros nos Estados Unidos e da expectativa de políticas que alimentem a inflação por parte do presidente eleito nos EUA, Donald Trump.

Isso tem testado a decisão do BC japonês de limitar o rendimento do título de 10 anos em torno de sua meta. Isso por sua vez levou a algumas expectativas no mercado de que o banco central pode elevar sua meta para o rendimento do título de 10 anos já no início do próximo ano.

Fontes: Agência Reuters | Agência Kyodo.

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