Diante da recente melhoria das relações diplomáticas com a Coreia do Norte, o Governo do Japão decidiu suspender os treinamentos de evacuação para a população civil em caso de um ataque nuclear contra o país.
A decisão foi confirmada nesta quinta-feira (21), após o governo da província de Tochigi, no leste do país, região onde está localizada a capital Tóquio, cancelar um treinamento na terça a pedido do governo central. Ao menos outras oito cidades também devem cancelar exercícios semelhantes que estavam previstos para os próximos dias.
Ainda não houve anúncio oficial porque Tóquio ainda precisa convencer algumas prefeituras da medida, o que pode ocorrer até a próxima semana.
O governo japonês disse que a suspensão será mantida enquanto as tensões continuarem reduzidas e citou a cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada em Cingapura no último dia 12, como um exemplo da melhora das relações diplomáticas na região.
Além disso, Tóquio afirmou que negocia com Pyongyang um encontro semelhante entre o primeiro-ministro Shinzo Abe e o líder norte-coreano.
O chefe de Gabinete do governo japonês (semelhante ao ministro da Casa Civil no Brasil), Yoshihide Suga, afirmou que é importante que a Coreia do Norte tome medidas concretas para uma desnuclearização completa, verificável e irreversível, mas disse que o compromisso de Pyongyang de interromper os testes já é um passo neste sentido. “A situação é diferente do ano passado, quando mísseis eram lançados com frequência. [Hoje] não estamos mais em uma situação em que um míssil pode passar voando a qualquer momento “, afirmou ele em entrevista coletiva.
Em meio as tensões com Pyongyang e os testes de mísseis feitos pela Coreia do Norte no ano passado, o Japão decidiu iniciar o treinamento específico com a população contra um ataque nuclear, visto que o país já costuma realizar exercícios semelhantes para o caso de desastres naturais, como terremotos.
Mais de 20 cidades por todo o país já passaram pelo exercício, que envolve cerca de 300 moradores, muitos deles estudantes, que correm para procurar abrigos em escolas depois que sirenes alertam que mísseis estão sobrevoando o local.
Com a Folhapress
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