O homem acusado de matar 34 pessoas, e deixar cerca de 40 feridos, em um ataque incendiário no centro do Japão morava sozinho, a centenas de quilômetros do estúdio Kyoto Animation, jogava videogame sem parar e “assustou” seus vizinhos apenas alguns dias antes.
No fim do sábado, a polícia emitiu um mandado de prisão contra Shinji Aoba, 41 anos, suspeito de causar o maior assassinato em massa do Japão em duas décadas na quinta-feira, quando ele foi ao estúdio, no oeste do Japão, despejou combustível em volta da entrada e gritou “Morra” enquanto colocava fogo no prédio, segundo noticiou o canal da emissora pública japonesa NHK.
O plano é prender Aoba, que sofreu queimaduras sérias e no sábado foi levado ao hospital universitário para tratamento, assim que ele se recuperar, disse a NHK.
A polícia afirmou que Aoba já havia sido condenado por roubar uma loja.
Aoba vivia sozinho no térreo de um apartamento com dois andares nos arredores de Omiya, subúrbio de Tóquio e aproximadamente 500 quilômetros ao leste de Kyoto.
Seu vizinho de porta lembra Aoba como alguém rechonchudo e despenteado, com pele danificada. Ele operava em horas estranhas e mal conversava com os outros.
“Eu nunca o vi sair durante o dia, nem mesmo para a loja de conveniência. Eu o ouvia com frequência saindo por volta da meia-noite”, disse o vizinho, um homem de 27 anos que se recusou a ser identificado, à Reuters.
Barulho de videogame era ouvido do apartamento de Aoba a toda hora, disse o vizinho, acrescentando que houve reclamações dos moradores sobre o assunto no ano passado.
Em 14 de julho, dias antes do ataque, Aoba agarrou e ameaçou o vizinho por causa de um aparente mal-entendido. Tudo começou quando Aoba começou a bater na parede para reclamar de barulho, disse o vizinho.
Quando o vizinho foi até a porta da frente de Aoba para dizer que o barulho vinha de outra unidade, ele ouviu um gemido alto no interior do apartamento e então a porta se abriu.
“Quando ele saiu de seu apartamento, seus olhos estavam vermelhos e ele começou a gritar comigo na minha cara para calar a boca”, disse o vizinho.
“Ele me agarrou pelo colarinho e começou a puxar meu cabelo. Foi aterrorizante.”
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