Depois três altas consecutivas e atingir, na véspera, o maior valor de fechamento da história frente ao real, o dólar recuou nesta sexta-feira (22), acompanhado o otimismo no exterior diante da recuperação dos preços do petróleo e da expectativa de aumento dos estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu (BCE).
A moeda norte-americana caiu 1,32%, cotada a R$ 4,110 na venda, após bater R$ 4,1655 ontem, maior valor fechamento desde a criação do Plano Real, em 1994.
Apesar do recuo nesta sessão, o dólar encerra a semana com alta acumulada de 1,6%. É a quarta semana seguida de valorização. No mês e no ano, acumula ganhos de 4,12%.
O mercado de câmbio local acompanhou o movimento no exterior, em que o dólar cedia frente às principais divisas emergentes diante da expectativa de novos estímulos econômicos na zona do euro.
O presidente do BC europeu, Mario Draghi, sinalizou ontem que a pressão baixista sobre a inflação fará com que o conselho do BCE reveja ou mesmo reformule medidas de política monetária na próxima reunião, em março, conforme noticiou o ‘Valor Online’.
Ainda de acordo com o ‘Valor’, o cenário externo mais adverso e a valorização do euro são outros pontos negativos para a economia da união monetária. “Para o Credit Suisse, o discurso mais dovish de Draghi reduziu a probabilidade de um novo aumento de juros na próxima reunião do Fomc, em março, para menos de 50%”, avalia o ‘Valor’.
A recuperação do bom humor nos mercados globais também foi influenciada pela recuperação nos preços do petróleo, que subiam nesta sessão, com uma frente fria nos Estados Unidos e na Europa alimentando expectativas de maior procura pelo combustível. Segundo a agência de notícias ‘Reuters’, a commodity vem renovando nas últimas sessões as mínimas em 13 anos, pressionando a demanda por ativos de maior risco e de moedas ligadas a commodities.
Cenário interno
A controversa decisão do Banco Central brasileiro de manter os juros básicos nesta semana desencadeou forte pressão sobre os negócios brasileiros e deve manter elevada a instabilidade no mercado local.
“Não dá para virar a página e começar do zero, o mercado ainda está muito desconfortável com toda a incerteza que veio com a decisão do BC”, disse o operador de uma corretora nacional à agência ‘Reuters’.
Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central fez mais um leilão de rolagem dos swaps (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos.
Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 8,448 bilhões, ou cerca de 81% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.
Fontes: Agência Reuters | Valor Online.
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