O Japão e o Brasil foram incluídos na edição 2017 do Índice de Percepção da Corrupção, um relatório anual da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, que mediu os níveis percebidos de corrupção no setor público em 176 países, com base na opinião de especialistas.
Segundo a ONG, a desonestidade em qualquer esfera da vida cobra um preço alto e, se tratando dos governos nacionais, a conta não se resume apenas à usurpação de cifras vultosas dos cofres públicos.
“O ano de 2016 mostrou que, ao redor do mundo, a corrupção sistêmica e a desigualdade social reforçam uma à outra, levando à falta de confiança popular nas instituições políticas e gerando um solo fértil para o crescimento do populismo”, alerta o relatório.
Este ano, mais países caíram do que subiram no índice, demonstrando a necessidade urgente de ação. Em 79º lugar, o Brasil está entre os que mais perderam posições nos últimos cinco anos de ranking sobre honestidade
Conforme o relatório, grandes casos de corrupção, como o da Petrobras e Odebrecht, mostram como o conluio entre empresas e políticos subtrai das economias nacionais bilhões de dólares que foram canalizados para beneficiar poucos às custas de muitos.
“Esse tipo de corrupção sistêmica e em larga escala viola os direitos humanos, impede o desenvolvimento sustentável e alimenta a exclusão social”, observa a entidade.
Como funciona o Índice de Percepção da Corrupção
Os países receberam notas que variam de 0 a 100. Quanto mais próxima de zero for a pontuação, mais corrupto é o setor público do país. Ao todo, dois terços dos 176 países listados no índice têm uma pontuação abaixo de 50, em uma escala de 0 (considerado o mais corrupto) a 100 (considerado o menos corrupto).
A revista ‘Exame’ separou uma lista com os 20 países menos e mais corruptos do planeta. Considerando apenas as nações mais problemáticos, que tiveram as menores notas na classificação geral no índice, sendo a Somália, o Sudão do Sul e a Coreia do Norte os piores casos.
Países nas últimas colocações do índice são caracterizados pela ampla impunidade da corrupção, governança fraca e instituições frágeis.
No extremo oposto, entre os países menos corruptos, aparecem a Dinamarca e a Nova Zelândia no topo, enquanto Japão, um país considerado extremamente nobre, aparece apenas na 20ª colocação, isso por conta de uma espremida liberdade de imprensa. Se não fosse isso, Japão estaria, de certo, entre os 10 menos corruptos.
Embora nenhum país seja livre de corrupção, os países no topo compartilham características de governo aberto, liberdade de imprensa, liberdades civis e sistemas judiciais independentes.
Confira na tabela abaixo os 20 países mais e menos corruptos do planeta:
Rank | Mais corruptos | Pontos | Menos corruptos | Pontos |
---|---|---|---|---|
1 | Somália | 10 | Dinamarca | 90 |
2 | Sudão do Sul | 11 | Nova Zelândia | 90 |
3 | Coreia do Norte | 12 | Finlândia | 89 |
4 | Síria | 13 | Suécia | 88 |
5 | Iêmen | 14 | Suíça | 86 |
6 | Sudão | 14 | Noruega | 85 |
7 | Líbia | 14 | Singapura | 84 |
8 | Afeganistão | 15 | Holanda | 83 |
9 | Guiné-Bissau | 16 | Canadá | 82 |
10 | Venezuela | 17 | Alemanha | 81 |
11 | Iraque | 17 | Luxemburgo | 81 |
12 | Eritreia | 18 | Reino Unido | 81 |
13 | Angola | 18 | Austrália | 79 |
14 | República do Congo | 20 | Islândia | 78 |
15 | Haiti | 20 | Bélgica | 77 |
16 | Chade | 20 | Hong Kong | 77 |
17 | República Centro-Africana | 20 | Áustria | 75 |
18 | Burundi | 20 | Estados Unidos | 74 |
19 | Uzbequistão | 21 | Irlanda | 73 |
20 | República Democrática do Congo | 21 | Japão | 72 |
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