Do Mundo-Nipo
O dólar avançou ante o real pelo terceiro dia seguido nesta quinta-feira (23), superando o patamar de R$ 2,40 pela primeira vez desde 22 de agosto de 2013, quando a moeda a encerrou cotada a R$ 2,432.
O dólar comercial encerrou o dia com valorização de 1,27%, cotado a R$ 2,4026 para a venda. Veja cotações.
Segundo dados da BM&F, o volume de negócios no dia ficou em torno de US$ 1,6 bilhão, contra cerca de US$ 2,1 bilhões de véspera.
O movimento de alta foi influenciado pela reação do mercado em relação ao Brasil e a outras economias emergentes depois de relatório negativo da Pimco, maior fundo voltado a investimentos nestes países. Em documento, a instituição criticou a política econômica brasileira.
Segundo Caio Sasaki, gerente de análise da XP Investimentos, a moeda dos EUA já estava subindo antes do relatório da Pimco. “O movimento de alta do dólar começou, de maneira geral, com a abertura dos negócios nos EUA e é relacionado ao ajuste de operações lá fora”, afirmou o analista à agência Reuters.
No mercado externo, o dólar tem um dia de expressiva valorização em relação a divisas de risco e associadas às commodities, após números mais fracos vindos da China que lançaram dúvidas sobre a recuperação da segunda maior economia do mundo. A alta da moeda americana foi acentuada ainda após dados nos EUA reforçarem leituras de que o mercado de trabalho do país segue melhorando, de acordo com o portal de noticias G1.
Além disso, a preocupação com uma possível aceleração do ritmo de cortes de estímulos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) também pesou nesta sessão. Os investidores continuaram sob a expectativa da próxima reunião do Fed, que acontece nos dias 28 e 29 de janeiro, quando pode anunciar mais um corte de US$ 10 bilhões no programa de compras mensais de títulos, hoje em US$ 75 bilhões. A decisão reduziria ainda mais a quantidade de dólares em circulação no mundo.
Segundo o UOL Economia, os dados divulgados nesta quinta mostraram que a produção industrial norte-americana avançou no ritmo mais forte em 3 anos e meio no quarto trimestre e a atividade fabril fechou o ano com mais força, sinalizando melhora na perspectiva econômica do país.
Atuações do Branco Central do Brasil
Nesta quinta-feira, o BC realizou a sexta etapa de rolagem dos contratos de dólar que vencem em 3 de fevereiro. Foram vendidos 25 mil contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares). Entre os novos contratos vendidos, 1.500 vencem em 1º de agosto e 23,5 mil vencem em 3 de novembro deste ano.
A operação movimentou o equivalente a US$ 1,231 bilhão. Com isso, o BC já rolou pouco menos de 70% do lote total que vence no próximo mês, equivalente a US$ 11,028 bilhões.
Programa de intervenções diárias do BC no mercado de dólar
O Banco Central manteve seu programa de intervenções diárias no câmbio, com as novas regras anunciadas em dezembro. Agora, em vez de 10 mil contratos de swap cambial tradicional (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro), são ofertados 4 mil contratos diariamente.
A autoridade monetária vendeu hoje todos os contratos ofertados, numa operação que movimentou o equivalente a US$ 197,8 milhões. Os contratos têm vencimento em 1º de setembro.
A prática do swap cambial, adotada pelo Banco Central, consiste em uma operação na qual a instituição vende papéis com juros próximos da taxa Selic (hoje em 10,5%) e data de encerramento definida. A entidade recebe em troca o quanto o dólar valorizou no período de vigência do contrato. A lógica é estimular o investidor a não querer uma grande valorização da moeda estrangeira, para não ter prejuízo na transação.
Entretanto, o dólar já acumula valorização de 2,4% na semana. Já no mês e no ano, a alta é de 1,91%.
Na quarta-feira, o dólar teve valorização de 0,47%, fechando cotado a R$ 2,3725 na venda.
As informações das cotações são fornecidas pelo Portal Financeiro Forex Pros/Investing.com.
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