Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira (23), mas continuou abaixo de R$ 2,60, nível que vinha limitando os recuos da divisa que acumulou 3% de desvalorização nas últimas três sessões, o que levou a moeda a um movimento de ajuste técnico, em parte, provocado pela correção de alta do dólar também no exterior.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,56%, cotada a R$ 2,5889 na venda, após cair 1,23% na véspera, a R$ 2,5745. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro foi alto, em torno de US$ 2,6 bilhões.
Apesar da alta de hoje, a moeda americana não conseguiu, nem de longe, impedir o acumulo de desvalorização na semana, que foi 1,23% negativo. No mês e no ano, a queda acumulada é de 2,63%.
O resultado do dólar nesta sexta-feira ocorre um dia após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar novo estímulo econômico que deve elevar a liquidez global. O BCE anunciou que comprará mensalmente 60 bilhões de euros na economia da zona do euro para estimular a atividade e enfrentar a ameaça de deflação.
A perspectiva de que parte desses recursos migre para o Brasil em busca de rendimentos elevados serviu de gota d’água para que o dólar ampliasse a trajetória de perdas vista nas últimas sessões e se firmasse abaixo de R$ 2,60.
Nos mercados externos, a expectativa de maior oferta de euros impulsionava a divisa norte-americana contra a moeda europeia. O índice DXY – que mede o comportamento da moeda americana em relação a uma cesta com seis divisas – bateu nesta sessão o maior patamar desde setembro de 2003.
Boa parte desse movimento teve origem no tombo do euro a uma mínima também desde aquela data. A moeda única chegou a ser cotada hoje a US$ 1,1113, ainda sob impacto do anúncio do BCE.
O dólar já vinha mostrando alívio nas semanas anteriores em função das demonstrações de maior rigor fiscal do governo brasileiro, mas enfrentava dificuldades para se sustentar abaixo desse patamar, atraindo compradores. Segundo analistas, o quadro atual de inflação alta e crescimento baixo também limitava as perdas da divisa.
“A expressão que resume o que o mercado está sentindo é ‘otimismo contido'”, disse à Agência Reuters o operador de câmbio da corretora Walpires José Carlos Amado.
Atuações do Banco Central no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 300 contratos para 1º de setembro e 1.700 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.
O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 75% do lote total.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
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