Obama diz que não pedirá perdão por bomba na visita a Hiroshima

A afirmação de Obama, que visitará Hiroshima nesta semana, foi feita durante entrevista à emissora pública NHK.
Barack Obama Foto DIstribuicao Casa Branca
President Barack Obama (Official White House Photo by Pete Souza)

Em entrevista à emissora pública japonesa ‘NHK’, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que não pedirá perdão publicamente pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos em agosto de 1945 em Hiroshima, cidade que ele visitará esta semana e no que representará a primeira vez que um presidente americano no exercício do poder colocará os pés nesta cidade japonesa.

Ao ser questionado pela ‘NHK’ sobre o desejado e longamente esperado pedido de desculpas, Obama foi categórico e deu uma frustrada resposta negativa. “Não, porque creio que é importante reconhecer que, em meio a uma guerra, os líderes tomam decisões de todo tipo” respondeu Obama.

A visita do líder norte-americano ao Japão, em especial a Hiroshima, faz parte de uma viagem de cinco dias pela Ásia e que começou no domingo (22), dia em que ele desembarcou no Vietnã.

O líder da maior potência econômica mundial estava indeciso sobre a polêmica visita a Hiroshima. No início do mês, estava prevista apenas uma visita do presidente à região central do Japão no fim de maio, cujo motivo principal seria a cúpula do Grupo dos Sete (G7), que decorrerá entre os dias 26 e 27 de maio no parque natural de Ise-Shima, região central do Japão.

Em abril, o secretário de Estado, John Kerry, se tornou o funcionário americano de maior graduação a visitar a cidade. Na ocasião, Kerry se disse “profundamente comovido” com a visita e acrescentou que Hiroshima foi “um marco devastador que interpela toda a sensibilidade de um ser humano”.

A bomba lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, matou 140 mil pessoas. Depois desse ataque, os Estados Unidos lançaram, três dias depois, uma segunda bomba sobre a cidade de Nagasaki, no sudoeste do arquipélago japonês . Em 15 de agosto, depois do último bombardeio e da declaração de guerra da União Soviética, o imperador Hirohito do Japão anunciou o cessar-fogo. Em 2 de setembro, o Japão assinava o instrumento de rendição incondicional, pondo fim à guerra.

O papel das bombas atômicas na rendição japonesa e a sua justificativa ética continuam a ser debatidos. Em um estudo do instituto norte-americano Pew Research Center, realizado no ano passado, mais de 56% dos norte-americanos consideraram que a utilização da bomba atômica contra o Japão foi justificada, contra 79% dos japoneses que afirmaram o contrário.

Tanto Hiroshima quanto Nagasaki, únicas cidades no mundo a sofrerem ataques nucleares, pediam para que Obama se torna o primeiro presidente norte-americano a visitar ambas as cidades, bem como um apelo para um pedido formal de desculpas em nome dos Estados Unidos, o que, pelo visto, não irá acontecer.

Fontes: Agência AFP | NHK News | Agência Kyodo.

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