Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar cravou sua quinta alta consecutiva frente ao real nesta terça-feira (23), fechando acima dos R$ 2,40 pela primeira vez desde fevereiro, com investidores usando a piora da candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) em pesquisa de intenção de voto como pretexto para testar a tolerância do Banco Central à valorização da moeda norte-americana, de acordo com a agência Reuters.
A moeda norte-americana encerrou as negociações com valorização de 0,53%, cotada a US$ 2,407 na venda. É o maior valor de fechamento desde 12 de fevereiro, quando a moeda encerrou a R$ 2,423. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 2,1 bilhões.
Com o resultado de hoje, a moeda já acumula alta de 1,45% na semana e de 7,5% em setembro, o maior ganho mensal em 2014, o que fez reverter o acumulo de queda ao longo do ano, registrando agora valorização de 2,1%.
O avanço do dólar nesta sessão teve como pano de fundo a pesquisa CNT/MDA, que mostrou a presidente Dilma Rousseff (PT) com 42 por cento das intenções de voto e Marina com 41 por cento num esperado segundo turno.
Embora as duas ainda estejam em empate técnico, a candidata de oposição vinha aparecendo numericamente à frente. O mercado prefere a vitória de Marina, em meio a críticas à condução da política econômica do atual governo, principalmente as intervenções do Banco Central no câmbio.
Investidores acreditam que o Banco Central aumente a atividade no mercado de câmbio por meio de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalente à venda futura de dólares). O dólar acima de R$ 2,35 poderia gerar mais inflação, já que os produtos importados ficariam mais caros, destaca o ‘Valor Online’.
“Enquanto o BC não dá as caras, cresce a volatilidade e cresce a pressão para o dólar subir”, afirmou à Reuters o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold.
Em situações recentes similares de forte pressão de alta do dólar, o BC reagiu com o aumento da rolagem de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.
Neste mês, contudo, o BC tem mantido a oferta diária de 6 mil swaps para rolar os contratos que vencem em outubro, com venda integral da oferta, como fez nesta sessão. Se mantiver esse ritmo, rolará cerca de 76% do lote total, que corresponde a US$ 6,677 bilhões, proporção menor do que a rolagem do mês passado, que foi de 88%.
Nesta manhã, o BC também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, todos com vencimento em 1º de setembro de 2015 e volume equivalente a US$ 197,5 milhões. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de junho, mas não vendeu nenhum.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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