Dólar tem 4ª queda seguida ante o real e fecha semana com perda de quase 3%

O dólar encerrou a 4ª semana seguida em baixa e já recuou quase 8% ante o real em abril.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda ante o real pelo quarto pregão consecutivo nesta sexta-feira (24), encerrando a semana com desvalorização acumulada em quase 3%, no que se soma a quarta semana seguida em baixa. O resultado da moeda americana na sessão de hoje seguiu o movimento de queda no mercado internacional, diante de indicadores econômicos dos Estados Unidos ainda fracos e de um cenário político local mais favorável.

Ao termino das negociações, o dólar estava cotado a R$ 2,9550 na venda, recuo de 0,89%, após fechar a sessão anterior abaixo dos R$ 3 reais pela primeira vez desde o dia 4 de março. Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 771 milhões, contra cerca de  US$ 1,3 bilhão observados na sessão anterior.

Na semana, o dólar acumulou desvalorização de 2,84%. No mês de abril, a queda é de 7,39%. No ano, porém, a divisa tem alta de 11,14%.

No exterior, a desvalorização da moeda norte-americana, de cerca de 0,3% ante uma cesta de moedas, era amparada pelo dado fraco de encomendas das indústrias dos EUA, o que reforça a percepção de que o país está tendo uma recuperação econômica mais lenta do que se previa. As encomendas de bens duráveis cresceram 4% em março, após queda de 1,4% em fevereiro.

“O dado retarda a recuperação nos Estados Unidos, que já preocupou no primeiro trimestre do ano”, afirmou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora, ao jornal Folha de S.Paulo.

Nas últimas quatro semanas, a queda do dólar ante o real foi influenciada por uma série de indicadores econômicos mostrando uma lenta recuperação nos Estados Unidos, o que poderia levar o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a adiar o início do processo de elevação da taxa de juros no país, e por um cenário político local mais tranquilo.

No mercado doméstico, a moeda norte-americana permaneceu perto da estabilidade durante a maior parte da manhã, firmando-se em terreno negativo na parte da tarde. Na máxima desta sessão, o dólar chegou a subir 0,36%, a 2,9924 reais, e na mínima recuou 0,94%, a 2,9534 reais.

Ganho percentual dos bancos
Nesta sexta-feira, o Banco Central brasileiro divulgou que o ganho dos bancos com spread bancário (diferença entre os juros que os bancos pagam pelo dinheiro e o que eles cobram dos clientes) foi de 28,2 pontos percentuais em março, abaixo dos 28,3 pontos percentuais registrados em fevereiro.

O relatório do BC também informou que o número de contas em atraso ficou estável em março, em 4,4%. O valor considera apenas os recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. Não inclui, portanto, financiamento imobiliário, crédito rural e empréstimos do BNDES.

Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central fez mais um leilão para rolar os contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Foram vendidos 10,6 mil contratos: 8.000 com vencimento em 1º de março de 2016, e os outros 2.600 para 3 de outubro do ano que vem. A operação movimentou o equivalente a US$ 517,2 milhões.

Até o momento, o BC rolou US$ 8,238 bilhões, ou o equivalente a cerca de 81% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.

Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde então.

(Com informações da Folha de S.Paulo e da Agência Reuters)

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