Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar interrompeu uma sequência de duas quedas e fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (24), em linha com o mercado externo, onde os números do PIB dos Estados Unidos, conhecidos nesta manhã, influenciaram as cotações e a moeda, além das renovadas preocupações com a crise envolvendo a dívida da Grécia. Investidores locais mantiveram as atenções para o noticiário sobre as políticas monetárias do Brasil.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,76%, cotada a R$ 3,1014 na venda. Na véspera, a moeda tinha caído para R$ 3,078. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares.
Após dois dias de bom humor, o mercado voltou a adotar cautela em relação à Grécia. Credores internacionais exigiram nesta quarta-feira mudanças politicamente sensíveis às propostas de reforma e tributação do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, criando novas incertezas nas negociações para liberar auxílio financeiro e evitar o calote na semana que vem.
Além disso, as preocupações com o momento em que os Estados Unidos vão aumentar os juros continuaram presentes. Pelos dados divulgados hoje nos EUA, o PIB teve retração anualizada de 0,2% no primeiro trimestre, em linha com o esperado pelo mercado e melhor que o 0,7% de queda divulgado originalmente.
Mais que o resultado em si, o dólar ganhou força ante diversas moedas com uma análise dos detalhes do relatório. Um ponto positivo foi o consumo das famílias, que representa mais de dois terços da economia norte-americana e cresceu 2,1%, mais que a alta de 1,8% calculada anteriormente.
Dados bons, como de costume, reforçam a leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está próximo de elevar juros – o que favorece o dólar e penaliza várias moedas de países emergentes.
No Brasil, o dólar virou para o território positivo e se manteve assim, renovando máximas em alguns momentos, com os investidores avaliando o relatório de inflação do Banco Central, divulgado nesta manhã. A autoridade monetária projetou inflação de 4,8% em 2016, ainda acima da meta do governo, e reiterou a promessa de adotar “determinação e perseverança” para combater a alta dos preços. O documento motivou apostas em mais altas de juros, o que torna mais atrativas aplicações no Brasil.
Por outro lado, a perspectiva de que o aperto monetário nos Estados Unidos comece em breve pode ofuscar esse movimento. Investidores vêm observando atentamente os indicadores econômicos norte-americanos e declarações de diretores do Fed em busca de pistas sobre quando isso de fato vai ocorrer.
Atuação do Banco Central no câmbio
O Banco Central brasileiro sinalizou na semana passada que pretende rolar uma proporção menor dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em julho.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de contratos oferecidos no leilão. Assim, até agora, foi rolado o equivalente a US$ 5,205 bilhões, que representam cerca de 60% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações das agências Reuters e Estado)
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