Uma vereadora em Kumamoto, no sul do Japão, foi expulsa da Câmara por levar o filho de sete meses a uma sessão da assembleia municipal, na qual pretendia denunciar as dificuldades que as mulheres enfrentam no trabalho, o que gerou grande polêmica no país, informou a imprensa local.
O caso aconteceu na última quarta-feira (22), quando membros da assembleia exigiram que Yuka Ogata, de 43 anos, deixasse o local.
“De acordo com as regras, apenas os políticos, os funcionários e as autoridades municipais podem entrar na assembleia”, disse à agência’ France Presse’ uma fonte do conselho.
De acordo com a emissora pública ‘NHK’, Ogata teve de sair do local e só pode retornar após deixar o bebê com um amigo, o que fez o início da sessão atrasar em cerca de 40 minutos.
Segundo fontes citadas pela ‘France Presse’, Ogata disse ao presidente que levou o bebê para a sessão porque “queria criar um ambiente de trabalho favorável às mulheres”.
“Ogata pensou que sua atitude poderia atrair a atenção de seus colegas para as dificuldades que a mulher enfrenta quando quer conjugar a carreira com a criação de um filho”, avaliou o jornal ‘DN News’.
Segundo “O Globo”, a iniciativa gerou um debate nas redes sociais, onde os defensores elogiaram Ogata. Porém, críticos questionaram a iniciativa da vereadora, colocando dúvidas se é uma boa ideia levar um bebê para o local de trabalho.
Política japonesa do empoderamento feminino
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, defende uma participação maior das mulheres no mercado de trabalho como um dos principais elementos de sua estratégia para recuperar a economia do país.
Em 2015, Abe lançou a política denominada “empoderamento feminino”, o que, infelizmente, não tem surtido muito efeito, visto que Japão segue como um dos países mais desiguais em gênero.
As mulheres continuam pouco representadas na política do Japão, com apenas 47 deputadas em uma câmara de 465 membros.
Do Mundo-Nipo
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.