Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira (25), invertendo uma trajetória de queda vista na parte da manhã, reagindo aos noticiários sobre o registro de um habeas corpus preventivo na justiça de Porto Alegre (RS), no qual pede que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não seja preso na Operação Lava Jato.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,86%, cotada a R$ 3,1281 na venda. Segundo a agência Reuters, o dólar chegou a avançar mais de 1% na máxima da sessão, negociado a R$ 3,1339.
É a segunda alta consecutiva da divisa americana, que acumula na semana valorização de 0,84%. No mês, porém, há queda de 1,86%, enquanto no ano já avançou 17,66% sobre o real.
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro de hoje ficou em torno de US$ 850 milhões, contra cerca de US$ 1,2 bilhão observado na véspera.
De acordo com a Reuters, o dólar passou a parte da manha em queda, mas subiu após o jornal Folha de S.Paulo noticiar mais cedo sobre o registro de um habeas corpus preventivo no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, que pede que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não seja preso na Operação Lava Jato.
A alta perdeu força em seguida, à medida que o mercado digeriu a informação de que o habeas corpus pode ter sido registrado por qualquer cidadão. O Instituto Lula, por meio da sua assessoria de imprensa, negou que tenha impetrado o habeas corpus, bem como o ex-presidente Lula. “Qualquer cidadão pode ter impetrado o habeas corpus”, argumentou o instituto.
Os investidores reagiram em função da preocupação de que a credibilidade do governo seja ainda mais arranhada pela investigação da corrupção em torno da Petrobras, afastando investimentos externos.
Segundo operadores consultados pela Reuters, a intensidade do movimento também teve motivos técnicos. Muitos operadores haviam vendido dólares no início do dia e foram pegos no contrapé pela escalada súbita do dólar após a compra da divisa, que ativou operações automáticas de compra de divisas para limitar as perdas que esses agentes sofreriam.
A surpresa com a escalada recente da inflação e a comunicação austera do Banco Central têm levado investidores a apostar que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, pode subir até 14,75%. Ainda assim, dados do BC mostravam saídas líquidas de capital, com fluxo negativo de US$ 2,929 bilhões em junho até o dia 19.
Os investidores acompanharam com atenção a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) após o fechamento dos negócios, em meio a expectativas sobre eventuais mudanças na meta de inflação para 2017.
No cenário externo, os problemas envolvendo a dívida da Grécia também ocuparam o centro das atenções e provocavam volatilidade nos mercados. A Grécia mais uma vez não conseguiu fechar um acordo com seus credores internacionais nesta quinta-feira, montando um esforço de última hora para sábado na tentativa de evitar o calote na semana que vem.
O país passa por um impasse diante de dificuldades de acordo entre o governo grego e os credores de sua dívida (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). No próximo dia 30, a Grécia deve pagar ao FMI 1,6 bilhão de euros – dinheiro que não tem em caixa.
Atuação do Banco Central do Brasil no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 5.200 contratos oferecidos no leilão de swaps cambiais (contratos equivalentes à venda de dólares no mercado futuro).
Assim, até agora, foi rolado o equivalente a US$ 5,205 bilhões, que representam cerca de 60% do lote total, que corresponde a US$ 8,742 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com informações das agências Reuters e Folha de S.Paulo)
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