Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar fechou com leve alta ante o real nesta segunda-feira (26), se mantendo abaixo de R$ 2,60 pelo terceiro pregão seguido, ainda refletindo as expectativas de maior liquidez global com os novos estímulos na zona do euro. Nesta sessão, os investidores aproveitaram a baixa cotação da moeda para comprar, no entanto, apesar da maior procura, o dólar não subiu quase nada.
A moeda norte-americana encerrou o dia com leve alta de 0,06%, cotada a R$ 2,5905 na venda. Na mínima do dia, chegou a R$ 2,5821 e, na máxima, a R$ 2,6095. Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.
No mercado externo, as atenções se voltavam para a eleição na Grécia. O partido grego de extrema esquerda Syriza, que ontem venceu as eleições parlamentares, prometeu recuar com os cortes de gastos do governo, o que coloca a Grécia em conflito com seus credores (FMI, BCE e União Europeia).
A reação dos mercado à vitória do partido esquerdista Syriza foi bastante moderada. O dólar chegou subir frente às principais divisas emergentes pela manhã, alcançando o patamar de R$ 2,6088 na máxima do dia no mercado local, mas perdeu força ao longo do dia, com o Dollar Index recuando 0,25%.
Uma maior alta do dólar foi impedida pelo otimismo com o programa de estímulos econômicos anunciado pelo BCE (Banco Central Europeu) na semana passada. As expectativas de maior liquidez global é decorrente dos euros injetados na economia pelo BCE, que podem migrar para países emergentes, como é o caso do Brasil. Com a entrada de recursos externos no país, a cotação do euro e do dólar em relação ao real tende a cair, ajudando a reduzir a pressão sobre o câmbio no mercado local.
No mercado interno, os investidores estavam otimistas com medidas tomadas pelo governo, como o aumento de impostos, que sinalizam que haverá um ajuste das contas públicas.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou claro em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que a mudança da política econômica passará a ser mais focada no estímulo ao investimento, ajuste das contas públicas, realinhamento de preços e reformas que preparem o país para retomada do crescimento.
O anúncio de uma série de medidas de corte de gasto e aumento de imposto para garantir o cumprimento da meta de superávit primário estabelecida para este ano, de 1,2% do PIB, reforça a visão de autonomia da atual equipe econômica para promover os ajustes necessários, algo que, até então, era questionado pelo mercado. Segundo apurou a jornalista Claudia Safatle, da agência Valor Online, a presidente pretende deixar isso claro na reunião ministerial que será realizada amanhã.
Segundo Lombardi, do Standard Bank, apesar do ajuste positivo da política econômica, investidores estrangeiros ainda olham com cautela para o Brasil, aguardando um dado concreto. “Há uma percepção de que o arcabouço da política econômica melhorou, mas ainda há preocupação com a trajetória da economia brasileira e com o fato de que essas medidas de ajuste podem agravar o já fraco crescimento da economia”, afirma.
Atuações do Banco Central no mercado de câmbio
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 1,5 mil contratos para 1º de setembro e 500 para 1º de dezembro de 2015, com volume correspondente a US$ 98,8 milhões.
O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, já rolou cerca de 80% do lote total.
(Com informações das Agências Reuters e Valor Online)
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