Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar recuou ante o real nesta sexta-feira (26), mas acumulou alta pela quarta semana consecutiva, um movimento influenciado por preocupações crescentes dos investidores com a política monetária dos Estados Unidos e com o cenário eleitoral no Brasil, de acordo com a agência Reuters.
A moeda norte-americana encerrou as negociações de hoje com desvalorização de 0,57%, cotada a US$ 2,416 na venda, após subir 1,95% na véspera, a maior alta diária desde o dia 5 de novembro do ano passado (1,98%) e o maior valor de fechamento desde 3 de fevereiro deste ano (R$ 2,44).
Segundo dados da BM&F, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões, acima da média diária deste mês, de US$ 1,2 bilhão.
Com o resultado de hoje, a moeda acumula valorização de 1,82% na semana, a quarta semana consecutiva de alta. No mês, o avanço é de 7,91%, enquanto que no ano a alta é de 2,18%.
Essa virada no dólar em setembro, que em agosto caiu 1,37%, decorreu da combinação de um fortalecimento da moeda no exterior em meio às preocupações sobre a economia americana aliada a mudança nas perspectivas quanto à corrida presidencial no Brasil, conforme a Dilma Rousseff (PT) voltou a recuperar intenções de votos, ganhando terreno contra a ex-senadora Marina Silva (PSB). Investidores criticam a condução da política econômica do atual governo e preferem a vitória de Marina.
A pesquisa do Datafolha, que é acompanhada atentamente por investidores, será divulgada ainda nesta sexta-feira. O Datafolha deve divulgar, às 19h, na “TV Folha”, resultados de sondagem para Presidência da República. Na madrugada de sexta para sábado, o Sensus deve publicar seu levantamento pela revista “IstoÉ”.
O resultado do dólar nesta sexta foi influenciado por rumores de que a revista “Veja” publicará uma reportagem com denúncias contra o governo neste final de semana, o que levou investidores a reforçar apostas numa derrota da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de outubro.
A expectativa do mercado, segundo operadores, é de que a reportagem, caso exista e seja publicada, beneficie a candidatura de Marina e reduza as chances de reeleição de Dilma.
Pela manhã, o dólar alternou movimentos de altas e baixas. A divisa foi impulsionada por apostas de que os juros norte-americanos subam com mais intensidade do que se espera, o que poderia atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em outros países, como o Brasil.
Essas apostas aumentaram após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre ser revisado a 4,6 por cento, ante os 4,2 por cento anteriormente divulgados.
Esse movimento perdeu força, segundo operadores, porque exportadores aproveitaram a cotação elevada para vender dólares.
A recente valorização da divisa dos EUA é um teste de tolerância para o Banco Central, que pode ampliar ainda mais suas intervenções no câmbio.
Na véspera, uma importante fonte da equipe econômica afirmou à Reuters que o BC deve fazer a rolagem integral dos swaps cambiais que vencem em novembro, assim como decidiu recentemente fazer com o lote de outubro.
Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps, que correspondem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Foram vendidos 2,5 mil contratos para 1º de junho e 1,5 mil para 1º de setembro de 2015, com volume equivalente a US$ 197,9 milhões.
O BC também vendeu a oferta total de até 15 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro. Ao todo, já rolou cerca de 86 por cento do lote total, que corresponde a US$ 6,677 bilhões.
*As cotações são da Agência Thomson Reuters.
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