Barack Obama se tornou nesta sexta-feira (27) o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício do poder a visitar Hiroshima, primeira cidade no mundo atacada por bomba atômica, em 1945, lançada pelos norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.
Obama aterrisou por volta das 17h do horário local (5h no horário de Brasília) em Hiroshima e participou de uma cerimônia junto com o primeiro-ministrio japonês, Shinzo Abe, e sobreviventes da tragédia e familiares.
O líder da maior potência econômica do mundo depositou uma coroa de flores no “marco zero, local onde foi jogada a bomba atômica. O gesto simbólico, que ressalta os laços entre EUA e Japão, dá esperanças aos esforços para abolir as armas nucleares.
Após a homenagem, Obama afirmou que os seres humanos têm “capacidade de destruição sem precedentes” e destacou quão facilmente “justificamos a violência” em nome de uma causa maior. “As pessoas querem a ciência focada em melhorar vidas, não eliminá-las.”
No discurso, o presidente dos EUA defendeu um mundo sem armas nucleares, ao prestar homenagem às vítimas de Hiroshima, e afirmou que, “há 71 anos, a morte caiu do céu”. Ele também prestou homenagem a “todos os inocentes” mortos durante a Segunda Guerra Mundial.
A bomba lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, matou cerca de 80 mil pessoas instantaneamente. Depois desse ataque, os Estados Unidos lançaram, três dias depois, uma segunda bomba sobre a cidade de Nagasaki, no sudoeste do arquipélago japonês, o que tirou a vida de mais 74 mil pessoas. Em 15 de agosto, depois do último bombardeio e da declaração de guerra da União Soviética, o imperador Hirohito do Japão anunciou o cessar-fogo. Em 2 de setembro, o Japão assinava o instrumento de rendição incondicional, pondo fim à guerra.
O papel das bombas atômicas na rendição japonesa e a sua justificativa ética continuam gerando polêmica no mundo, sendo frequentemente debatidos. Em um estudo do instituto norte-americano Pew Research Center, realizado no ano passado, mais de 56% dos norte-americanos consideraram que a utilização da bomba atômica contra o Japão foi justificada, contra 79% dos japoneses que afirmaram o contrário.
Contudo, apesar da breve e histórica visita, Barack Obama afirmou antes mesmo de chegar ao país que não pedirá desculpas pelos ataques.
Fontes: Jornal The Asahi Shimbun | Portal de notícias G1.
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