O príncipe Akishino, filho mais novo do imperador Akihito e segundo na linha de sucessão ao trono japonês, se encontrou com chilenos de ascendência japonesa ontem (26), um encontro que marcou o início da visita do príncipe japonês e de sua esposa ao país, informou nesta quarta-feira (27) a emissora pública ‘NHK’.
O casal está no Chile para aprofundar a amizade internacional por ocasião do 120º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos com o Japão.
Akishino e esposa se encontraram com um grupo de “nipo-chilenos” logo após chegar à capital chilena, Santiago, na tarde de terça-feira.
Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Chile há mais de 100 anos. Nos dias atuais, estima-se que 3 mil chilenos com ascendência japonesa vivam no país.
A maioria deles é descendente a partir da terceira geração e está servindo como ponte entre o Japão e o Chile em uma ampla variedade de campos, incluindo no setor político e econômico.
Carlos Ominami, um chileno descendente de terceira geração de japoneses, que também serviu como ministro da Economia do Chile, disse que “a visita do ilustre príncipe japonês e sua esposa, a princesa Kiko, é bastante significativa para o Chile”.
Ele acrescentou que a população chilena com ascendência japonesa deve continuar com os esforços de promover os laços econômicos e culturais entre os dois países, conforme noticiou a ‘NHK’.
Na agendo do casal está programado encontros com autoridades governamentais, como a presidente chilena Michelle Bachelet e Claudio Orrego, governador da região metropolitana de Santiago, além de visitas a morcos históricos, locais culturais, bem como participação de eventos em celebração ao 120º aniversário das relações entre os dois países.
De acordo com o Jornal ‘Tha Asahi Shimbun’, Akishino e esposa vão deixar o Chile no dia 2 de outubro. É esperado que o casal chegue à Tóquio no dia 4 de outubro.
Polêmicas na Casa Imperial Japonesa
A viagem do príncipe Akishino ao Chile ocorre em um momento delicado na família imperial do Japão, uma vez que a princesa Mako, filha mais velha de Akishino, bem como neta mais velha do imperador Akihito, irá se casar com um ex-colega de classe. O casamento foi oficializado para acontecer no outono de 2018, o que irá esvaziar ainda mais a já escassa família imperial japonesa, uma vez que ao contrair matrimonio com o colega, Mako será obrigada a abandonar a realeza pelo fato de sua união ser com um plebeu.
Há ainda os problemas envolvendo a abdicação do imperador Akihito, que está programado para deixar o trono no fim de 2018.
O filho mais velho de Akihito, o príncipe Naruhito, de 56 anos vai suceder o pai no trono japonês no dia 1º de janeiro de 2019, o que deixará Akishino como o primeiro na linha sucessória ao trono japonês, além de seu filho mais novo, o príncipe Hisahito, que completou recentemente 11 anos, que passará de terceiro para segundo na linha se sucessão.
O imperador Akihito, de 83 anos, expressou desejo de abdicar em agosto de 2016, após quase três décadas no trono, alegando motivos de saúde debilitada e idade avançada.
Depois de muitas controvérsias e dos esforços do governo, legisladores do Japão aprovaram em junho uma lei que permite Akihito renunciar, o que será a primeira abdicação de um monarca japonês desde 1817.
Controversa linha de sucessão do trono japonês
I príncipe herdeiro Naruhito tem uma filha única, a princesa Aiko, de 15 anos, mas ela não poderá herdar o trono porque as leis da Casa Imperial Japonesa permitem somente imperadores homens. Com isso, na fila de sucessão, logo em seguida à Naruhito, vem o irmão mais novo e o sobrinho, ou seja, o príncipe Akishino e seu filho Hisahito, o mais novo dos três filhos de Akishino.
Contudo, uma grande proporção da população japonesa defende uma “reforma em grande escala” nas leis da Casa Imperial, tanto para que mulheres ascendam ao trono como também para que as mesmas não percam o status de realeza ao se casarem com plebeus, um direito permitido somente a casta real masculina.
A imperatriz Michiko e a esposa do príncipe herdeiro Naruhito, a princesa Masako, não têm vínculos com a nobreza, portanto, eram plebeias antes de contrair matrimônio com a máxima da casta imperial japonesa, segundo a agência de notícias ‘Kyodo’.
Do Mundo-Nipo
*Saiba mais sobre a Família Imperial do Japão.