Atualizado em 28/10/2017 – às 18h09
Na composição do orçamento para o ano fiscal de 2018, o Ministério das Finanças do Japão apresentou um plano de contenção de despesas com a Seguridade Social, principalmente uma forte redução nos gastos médicos com idosos, informou nesta sexta-feira (27) a imprensa japonesa.
Segundo a emissora estatal japonesa ‘NHK’, despesas com seguridade social, que abrange a saúde, a previdência e a assistência social do cidadão, têm aumentado acentuadamente devido ao rápido envelhecimento populacional no Japão, país dono da maior porcentagem de idosos em relação à proporção da população total, ou seja, pessoas com idade a partir dos 65 anos representam cerca de 34% da população japonesa, estimada em 127,1 milhões, incluindo residentes estrangeiros.
Além disso, Japão tem a maior população de centenários do planeta, totalizando o recorde de 67.782 mil pessoas com idade a partir de 100 anos, segundo dados divulgados pelo governo do país no mês passado.
Mediante isso, as despesas médicas com idosos e gastos com benefícios/previdência, bem como com outros serviços de assistência que compõe a seguridade social, perfazem cerca de um terço dos gastos governamentais ao ano. Cortar essas despesas sem prejudicar os idosos representa um dos grandes desafios existentes para o governo, destaca a ‘NHK’.
O projeto foi apresentado na quarta-feira (26) ao Conselho de Política Fiscal e Econômica. O documento propõe cortes nas remunerações por tratamentos médicos pagas pelo governo a hospitais
Na proposta, o governo indica que essas remunerações deveriam ser cortadas em quase 9 bilhões de dólares, detalha a emissora estatal japonesa.
O documento menciona ainda que essas despesas médicas são fontes de renda para médicos e que elas têm aumentado enquanto os salários em empresas privadas e os preços das commodities permanecem praticamente estáveis.
Para tanto, o plano propõe um aumento adicional no teto de 10% para o pagamento feito por idosos com 75 anos ou mais, conforme noticiou a ‘NHK’, acrescentando que o documento consta ainda que esse teto será eleva gradualmente para 20%.
Segundo a agência de notícias ‘Kyodo’, o governo deseja, em parte, pagar menos aos hospitais e médicos privados, mas que os mesmos continuem disponibilizando assistência médica aos idosos em proporção próxima a que recebiam anteriormente.
Contudo, o documento não detalha como seria essa proporção, como também não estabelece regras que assegurem os cidadãos idosos receberem correta e integralmente os cuidados médicos, já que as instituições de saúde receberão menos para disponibilizar tratamentos médicos de qualidade, o que custa muito caro no Japão, conforme noticiou a agência japonesa.
Do Mundo-Nipo
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