Menos de 20% dos trabalhadores no Japão aderiu ao home office

Pesquisa mostra que pequena parcela de trabalhadores no Japão acham vantagem no home office, indo na contramão do mundo.
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Foto: PxHere

Uma recente pesquisa revelou que menos de 20% dos trabalhadores no Japão tem tirado proveito dos benefícios de trabalhar em casa, o chamado home office, uma expressão da língua americana que se popularizou no mundo inteiro como uma prática de trabalho eficaz para evitar a disseminação do novo coronavírus.

Os resultados do levantamento contraria os apelos do governo japonês para que  empresas, de setores com condições de atender remotamente, incentivem seus funcionários a aderir o home office em tempos de pandemia.

O Centro de Produtividade do Japão, um instituto do setor privado, conduziu a pesquisa no decorrer deste mês, na qual indagou funcionários de empresas em várias partes do país.

O objetivo era descobrir se a pandemia havia, de fato, provocado mudanças na cultura de trabalho no Japão, que é famosa pelas altas cargas horárias.

Do total de 1.110 inquiridos, apenas 18% disseram ter aderido à prática de trabalho remoto pelo menos um dia da semana, segundo dados de outubro.

Pesquisadores do instituto afirmam que o resultado da pesquisa é, em parte, influenciado por empresas em cidades do interior e firmas menores que podem não disponibilizar de sistemas de tecnologia da informação (TI), uma vez que essa tecnologia é crucial para proporcionar um home office de qualidade.

Já as pessoas que aderiram ao trabalho remoto estão divididas de forma mais ou menos bem equilibrada sobre a questão da produtividade.

De acordo a pesquisa, 50% dos participantes afirmaram que a eficiência no trabalho aumentou, ao passo que 49% disseram que diminuiu com a prática do home office.

Home office no Brasil

Várias pesquisas no Brasil mostraram que a maioria das empresas no país aderiram ao home office, com algumas adotando a prática permanentemente.

A pandemia obrigou muita gente a trabalhar de casa e uma pesquisa descobriu que 86% das pessoas preferem continuar assim. O argumento é que o trabalho remoto reduz custos, tais como aluguel, contas de água e luz, materiais de limpeza e de escritório, além de transporte para funcionários.

Há ainda pesquisas que mostram aumento na produtividade, além de maior interação com o funcionário, uma vez que são mais contactados por seus gestores em razão da distância, ou seja, aproximando mais mesmo afastados.

Ganhos no meio ambiente

O home office reduz o uso de material de escritório, que em muitas vezes são desperdiçados, bem como diminui significativamente o uso de água, energia elétrica e, principalmente, a emissão de gases, já que o número de automóveis nas ruas cai drasticamente com a redução de trabalhadores indo e vindo para seus locais de trabalho diariamente.

Empresas que aderiram permanentemente ao home office

Com o aumento no lucro em razão da redução de custos, muitas empresas já decidiram manter o home office após a pandemia. Veja abaixo 6 delas:

1. Twitter
A empresa foi pioneira e em maio já havia optado pelo home office permanente. O CEO do Twitter, Jack Dorsey, acredita que a medida preserva a saúde dos funcionários e ainda aumenta o bem estar a longo prazo.

2. Petrobras
Metade da equipe administrativa da empresa poderá optar pelo trabalho remoto permanente. A empresa ainda estuda a decisão, mas uma das ideias é manter escritórios inteligentes, com mesas compartilhadas, para uso esporádico quando o funcionário precisar.

3. XP Inc.
Em junho, a companhia anunciou a possibilidade de home office permanente e horários flexíveis, com disponibilização de todos os equipamentos necessários. E também a construção de uma nova sede “moderna e sustentável” no interior paulista,  um local para convivência, eventos e também lazer.

4. LafargeHolcim
A multinacional suíça de materiais de construção já colocou seus 1,5 mil funcionários em trabalho remoto permanente e espera economizar R$ 2 milhões ao ano com a medida.

5. BRQ Digital Solutions
A empresa de tecnologia optou pelo home office permanente após descobrir que 50% dos funcionários sentiam-se mais produtivos em casa e que 72% pensam ter mais qualidade de vida assim.

6. Xerpay
A plataforma de serviços financeiros Xerpay descobriu que 94% de seus funcionários sentiu-se mais produtivo no home office. Por isso, permitirá tanto o trabalho no escritório como o remoto total ou parcial, à escolha do funcionário e com benefícios diferenciados.

Futuro do home office

Embora ainda seja cedo para apontar se o trabalho remoto se tornará regra no Brasil pós-pandemia, executivos e especialistas em recursos humanos já têm uma certeza: o fim das fronteiras físicas do trabalho está ajudando a tornar as vagas mais inclusivas e abrindo portas para a descoberta de novos talentos.

Na avaliação de especialistas, “estar aberto ao home office será uma vantagem tanto para empresas quanto para quem está em busca de um novo emprego”.

Por Maria Rosa / Mundo-Nipo (MN)
Fontes principais: NHK News | Yahoo! | Terra Economia.

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