Premiê do Japão oferece condolências a vítimas de ataque a Pearl Harbor

Conforme esperado, Abe não pediu desculpas, mas ofereceu condolências aos soldados mortos no ataque.
Shinzo Abe visita Pearl Harbor Foto Kyodo AP
Foto: Kyodo/AP

Acompanhado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, visitou nesta terça-feira (27) o memorial “USS Arizona”, onde prestou homenagem as vítimas do ataque a Pearl Harbor, no Havaí, cometido há 75 anos.

Os dois líderes depositaram várias coroas de flores no espaço construído sobre os restos do encouraçado destruído pela Força Aérea japonesa em 7 de dezembro de 1941. O ataque determinou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Um dia antes, na segunda-feira, Abe já havia visitado vários cemitérios e locais de homenagem antes de visitar o local do bombardeio em Pearl Harbor.

Trata-se da primeira vez que um chefe de Estado do Japão em exercício do poder visita  o memorial, construído no início de 1960 e que atrai mais de dois milhões de turistas por ano.

O ex-primeiro-ministro do Japão, Shigeru Yoshida, foi a Pearl Harbor seis anos depois da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, mas isso aconteceu antes do “USS Arizona Memorial” ter sido construído.

A histórica visita de Abe ocorre sete meses depois de Obama se tornar o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício do poder a visitar Hiroshima, primeira cidade no mundo atacada por bomba atômica, em 1945, lançada pelos norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial.

As homenagens de Abe e Obama aconteceram diante do muro onde estão inscritos os nomes dos 1.177 americanos que perderam a vida no “USS Arizona”.

Após um momento de silêncio, os dois chefes de Estado lançaram pétalas de flores em um poço cavado no meio da estrutura, apoiada na água, e através da qual os visitantes podem ver os restos oxidados do “USS Arizona”.

Shinzo Abe ofereceu suas “sinceras condolências” às vítimas do ataque a Pearl Harbor, mas não pediu desculpas em nome do Japão pelo ataque. Mesma atitude tomada por Obama em Hiroshima, que também não pediu desculpas pelo ataque atômico que matou cerca de 80 mil pessoas instantaneamente.

“Como primeiro-ministro do Japão, ofereço minhas sinceras e eternas condolências aos entes queridos que perderam a vida aqui”, disse Abe, ao lado de Obama, acrescentando que “nunca devemos repetir os horrores da guerra”.

Abe também agradeceu pela “tolerância” com o Japão, ao destacar o poder da reconciliação com os Estados Unidos.

Já Obama elogiou a força da aliança entre os Estados Unidos e o Japão.

“Nossa aliança nunca esteve tão forte”, declarou Obama, que deixa a Casa Branca em 20 de janeiro próximo.

“O caráter de um país se mede na guerra, mas ele também se define na paz”, afirmou.

“Espero que, juntos, enviemos uma mensagem ao mundo de que se ganha mais com a paz do que com a guerra, que a reconciliação tem mais recompensas do que represálias”, completou Obama.

Preparado durante meses no maior dos sigilos, o ataque-relâmpago à base americana do Pacífico de Pearl Harbor, que teve duas horas de duração, deixou mais de 2.400 mortos e precipitou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

(Com Agência Reuters e Agência AFP)


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