O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira (28), em um dia marcado pela volatilidade em meio à oscilação nos preços do petróleo e após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de manter os juros, na véspera, o que chamou atenção para preocupações com os desenvolvimentos na economia global.
A moeda norte-americana recuou 0,14%, cotada a R$ 4,080 na venda, após atingir R$ 4,0341 na mínima do dia e R$ 4,1237 na máxima.
Na semana, o dólar acumula queda de 0,74%. No mês e no ano, porém, há valorização de 3,34%.
Na véspera, o Fed anunciou a decisão de manter a taxa de juros entre 0,25% e 0,5%. A decisão era esperada por grande parte dos investidores. A decisão chamou atenção para preocupações com os desenvolvimentos na economia global. Segundo a Reuters, a mensagem ajudou o dólar a recuar em relação a outras moedas da América Latina, que seriam pressionadas por um aumento dos juros norte-americano.
Os mercados são afetados pela decisão porque juros mais altos nos Estados Unidos atrairiam para lá recursos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil.
“O tom do comunicado indica flexibilidade em relação à política monetária diante de uma mudança no balanço de riscos”, escreveram analistas do banco Scotiabank em nota a clientes, de acordo com a Reuters.
A alta dos preços do petróleo também ajudava a sustentar a demanda por ativos ligados a commodities, em meio a expectativas de um acordo para cortar a produção do óleo no cenário de persistente sobreoferta mundial, ainda segundo a Reuters.
Cenário interno
O dólar chegou a subir com força em relação ao real mais cedo diante de menores apostas de alta de juros no Brasil pelo Banco Central, que adotou um tom mais brando na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando surpreendeu alguns operadores ao deixar a taxa básica Selic estável em 14,25%.
Investidores no mercado de juros futuros passaram a apostar em um início de aperto monetário (alta dos juros) mais tardio no Brasil. Isso contribuía para pressionar o real, já que juros mais altos poderiam atrair para o Brasil recursos externos.
Atuações do Banco Central
O Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, e concluiu nesta quinta-feira a rolagem integral dos swaps cambiais que vencem em fevereiro. O próximo lote de swaps vence em 1º de março e equivale a US$ 10,118 bilhões.
Fontes: Agência Kyodo | G1 Economia.
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