Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar interrompeu uma série de cinco quedas seguidas e fechou em alta ante o real nesta terça-feira (28), em um movimento de correção após ter alcançado a menor cotação em quase dois meses. Investidores seguiram cautelosos, aguardando a reunião de dois dias do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e dados do primeiro trimestre do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, o que pode decidir a data da elevação das taxas de juros no país.
A moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,7%, cotada a R$ 2,9422 na venda, após recuar por cinco sessões consecutivas e atingir, na véspera o menor valor de fechamento em quase dois meses.
Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão, contra cerca de US$ 1,4 bilhão na sessão de segunda-feira.
Nesta terça, a divisa americana operou em queda durante a maior parte do dia. Na mínima da sessão, o dólar rompeu o piso de R$ 2,90 e chegou a R$ 2,8808, menor cotação intradia desde 2 de março.
No exterior, o dólar mantinha a tendência de baixa, caindo cerca de 0,6% em relação a uma cesta de moedas, com investidores à espera da reunião de dois dias do Federal Reserve, que começa nesta terça-feira, e dos dados do primeiro trimestre do PIB dos Estados Unidos, na quarta-feira.
O resultado da economia norte-americana no início do ano deve afetar as decisões tomadas na reunião do Fed que também acontece na quarta. No mercado, há a expectativa de que, se o PIB crescer menos que o esperado, o Fed adie a alta dos juros para o final do ano.
Juros maiores atrairiam mais recursos para os EUA, tirando esses investimentos de mercados emergentes, como o Brasil.
No cenário interno, investidores esperam as decisões de outra reunião, do Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que define a taxa básica de juros, a Selic.
Quando as taxas de juros aqui estão altas, o país atrai investidores estrangeiros. A reunião do Copom já começou e deve terminar na quarta. A expectativa, segundo pesquisa Reuters, é que a Selic seja elevada em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano.
As altas taxas de juros no Brasil, aliadas à expectativa de demora no início da elevação dos juros nos EUA, atraem a entrada de investimento estrangeiro, o que também ajuda na queda do dólar.
“A questão agora é até quando vai o atual ciclo de aperto monetário (no Brasil), que também traz uma enxurrada de dólar pelo atrativo da taxa de juros”, disse à Reuters o operador de câmbio de uma corretora de São Paulo, que falou sob condição de anonimato.
Com a recente desvalorização da moeda norte-americana e a proximidade do fim do mês, o mercado aguarda a divulgação do Banco Central sobre a continuidade do programa de rolagem dos contratos de swap cambial.
“Mas com o dólar no patamar que está, o BC pode começar a diminuir o percentual da rolagem”, disse o gerente de câmbio da Correparti, João Paulo De Gracia Correa, à Reuters.
Atuações do Banco Central
O BC fez mais um leilão para rolar os contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Foram vendidos 10,6 mil contratos: 7.800 com vencimento em 1º de março de 2016, e os outros 2.800 para 3 de outubro do ano que vem. A operação movimentou o equivalente a US$ 517,4 milhões.
Até o momento, o BC rolou US$ 9,273 bilhões, ou o equivalente a cerca de 92% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.
Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde então.
Fontes: UOL Economia e da Agência Reuters.
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