Do Mundo-Nipo com Agências
O dólar subiu quase 1% ante o real nesta sexta-feira (28) e encerrou a semana com valorização acumulada em mais de 2,5%, refletindo a divulgação de indicadores ruins sobre a economia brasileira em meio a novos sinais de turbulências políticas internas.
A moeda norte-americana subiu 0,91%, cotada a R$ 3,5853 na venda, após recuar 1,35% na véspera. Na semana, o dólar acumulou valorização de 2,55% sobre o real.
Cenário externo
Nesta sexta-feira, alguns membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) reforçaram as expectativas de que os juros da maior economia do mundo podem ser elevados ainda neste ano, o que atrairia recursos hoje aplicados em outros países, como o Brasil. A notícia renovou um pouco o fôlego do dólar no mercado global.
Contexto interno
Pela manhã, foi divulgado que a economia brasileira encolheu 1,9% no segundo trimestre deste ano sobre os três meses anteriores e teve contração de 2,6% contra um ano antes. Foram os piores resultados desde o primeiro trimestre de 2009 nas duas bases comparativas.
Em seguida, o Banco Central divulgou que o setor público brasileiro teve déficit primário de R$ 10,019 bilhões em julho, acumulando em 12 meses rombo equivalente a 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB), o pior da série histórica.
Além disso, a perspectiva da eventual volta da CPMF –proposta que vem sendo estudada pelo governo para ajudar o reequilíbrio das contas públicas– provocou críticas intensas entre parlamentares e empresários. As notícias reforçaram preocupações com a estabilidade política do governo.
A disputa pela formação da Ptax de agosto, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais, adicionava volatilidade aos negócios e chegou a fazer a moeda dos Estados Unidos recuar 0,30%, a R$ 3,5420, durante a sessão.
O BC rolou quase completamente os swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem na semana que vem. O próximo lote vence em 1º de outubro de 2015 e equivale a US$ 9,458 bilhões.
(Com informações da Agência Reuters)
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