O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (28), após o comunicado ao fim da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), que surpreendeu o mercado ao deixar em aberto a possibilidade de elevar a taxa básica de juros em dezembro, o que poderá atrair para os EUA recursos atualmente aplicados em países, como o Brasil..
A moeda norte-americana avançou 0,59%, cotada a R$ 3,9201 na venda, após operar em queda em boa parte do dia e chegar cair a R$ 3,8653 na mínima da sessão.
Na semana, o dólar subiu 0,75%. No mês, porém, acumula queda de 1,14%. No ano, há valorização de 47%.
O Federal Reserve manteve a taxa básica de juros próxima a zero, mas sinalizou a possibilidade de uma alta de juros na próxima reunião, em dezembro. Após a divulgação do comunicado, a probabilidade de alta da taxa de juros nos EUA em dezembro, refletida na curva dos Treasuries, subiu de 32% para 42%.
O tom mais “hawkish” que o esperado do comunicado levou o dólar a reverter a queda e subir frente ao real, acompanhando o movimento de correção das moedas emergentes no exterior.
Lá fora, o dólar subia 0,28% em relação ao rand sul-africano, 0,73% diante da lira turca e 0,33% frente ao peso mexicano.
As moedas emergentes tinham mostrado uma recuperação em outubro com aposta de que o Fed poderia adiar a alta de juros para 2016 e diante da expectativa de novas medidas de estímulo monetário na Europa e na China.
Segundo uma analista consultada pelo “Valor Econômico”, o real operou nas duas últimas semanas completamente ligado ao setor externo, ignorando o cenário interno.
Uma alta dos juros dos Estados Unidos poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em mercados com taxas maiores, como o Brasil, e deixaria o dólar mais caro por aqui.
No mercado local, investidores continuavam preocupados com as contas do governo e com a política. Na véspera, o governo oficializou que deve fechar 2015 com rombo de R$ 51,8 bilhões nas contas. O valor pode ser ainda maior porque não inclui o pagamento das chamadas “pedaladas fiscais”.
Isso aumenta o temor do mercado de que o país possa perder seu selo de bom pagador com outras agências de classificação de risco, além da Standard & Poor’s, que rebaixou a nota brasileira em setembro.
Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos contratos de swap cambial (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos.
Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 9,727 bilhões, ou cerca de 95% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Fontes: Agência Reuters | Valor Econômico.
Mundo-Nipo. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita do Mundo-Nipo.com. Para maiores esclarecimentos, leia a Restrição de uso.
Descubra mais sobre Mundo-Nipo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.